13 de ago. de 2011

Truvinca e o CD que não saiu do forno...


Truvinca deu show em Marialva
12/08/2011 - Assessoria de Imprensa PMM
A grande atração, ontem, 11 de agosto, em Marialva, foi a apresentação do sanfoneiro pernambucano Truvinca. Com 70 anos de idade e 60 como instrumentista, Truvinca esbanja virtuosismo em sua sanfona de oito baixos. O evento aconteceu no Cine Teatro Sonia Maria Silvestre Lopes, com entrada franca.

A apresentação faz parte do programa Sonora Brasil, do Sesc, que promove uma turnê de dois anos, passando por unidades do Sesc de todo o país. O projeto é dividido em dois módulos sonoros que buscam demonstrar o desenvolvimento histórico da música nacional: Vozes do Brasil e Sotaques do Fole.

O primeiro tema está passando neste ano por estados das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, enquanto o segundo excursiona por estados do Sul e Sudeste; no ano que vem, ocorre a inversão dos módulos.

No Sotaques do Fole, é oferecido um panorama do acordeom (ou sanfona) em seus distintos gêneros musicais no Brasil. No mês passado, já passou por Marialva o gaúcho Gilberto Monteiro; ainda estão programadas apresentações de Dino Rocha, do Mato Grosso do Sul, e do duo de acordeões Ferragutti/Kramer, que apresenta peças relacionadas à música de concerto.

Retomada

Depois de 15 anos sem tocar sanfona, Truvinca voltou a pegar no instrumento há 5 anos, vendo uma retomada de interesse pela sua música. "Minha mulher até brigou comigo, dizia para eu não parar, mas eu estava desgostoso com a falta de reconhecimento", diz.

Radicado no Rio de Janeiro, durante mais de 30 anos teve de se dividir profissionalmente, tocando em bailes à noite e trabalhando como vigia e motorista. "Precisamos sustentar os filhos, né?". Já aposentado e morando em Recife, decidiu retomar a sanfona e agora se dedica exclusivamente ao instrumento, viajando pelo Brasil. "Tá bom demais desse jeito", diz.

Sinceridade

Truvinca confessa que os 15 anos parados afetaram sua habilidade manual e sua memória para um repertório extenso. "Antigamente, podia tocar quatro horas seguidas sem repetir nada. Hoje em dia, não dá mais... Além disso, tenho setenta anos, não sou mais garoto, fico tímido com o público", diz.

Mesmo com toda a modéstia, Truvinca vem colhendo elogios por onde passa, inclusive de professores de música. Nas apresentações para o projeto do Sesc, o sanfoneiro costuma receber cobranças de um CD – que ainda não existe.

Seu único álbum, "Os Oito Baixos do Truvinca", foi lançado em LP pelo selo Esquema em 1980 e hoje é raríssimo – o sanfoneiro já viu uma cópia sendo vendida num sebo de Recife por R$ 30.

Insatisfeito com o resultado da gravação – "gravei tudo em quatro horas, não tive tempo para corrigir" – Truvinca promete ainda para este ano o lançamento de um novo CD, com produção do Maestro Bozó.

O sanfoneiro não tem estudo formal em música, mas seu álbum virá com um encarte contendo as partituras de seus temas, para que os músicos interessados possam interpretá-los. "Esse disco sim vai ser porreta", promete.

Com a colaboração de O Diário do Norte do Paraná.

Maiores informações: (44) 3232 8354.

Origem: Assessoria de Imprensa





Depois de ter lido a matéria acima, fico feliz com o reconhecimento merecido que Truvinca tem recebido. Pude ouvi-lo em audições quando morava no Rio de Janeiro, tendo conhecido este sanfoneiro pernambucano através de Zé Calixto, em 2008. No ano de 2009, filmei-o em sua casa, numa manhã ensolarada no bairro de Cabuçu, em Nova Iguaçu, Rio de Janeiro. Há um video disponível no youtube: 
http://www.youtube.com/watch?v=rRqkXQzI6Sg


Na verdade - o que não foi dito na matéria, Truvinca chegou a gravar um segundo disco que não foi editado comercialmente. Este CD foi produzido por Guilherme Maravilhas,  na época,  proprietário de um home estudio em Laranjeiras, Rio de Janeiro. Embora tenha sido uma produção realizada de forma independente , contou com a participação de Valter 7 cordas e Durval Pereira, e apresenta um
 repertorio bem escolhido. A qualidade de áudio deste segundo CD é qualitativamente superior a do primeiro disco, citado na reportagem, concebido em uma única sessão de estúdio pelo extinto selo Esquema. 
Mas, como ocorre em muitas produções auto-financiadas. o trabalho literalmente empacou no momento de masterização, arte gráfica  e prensagem, que, como todos sabem, são as etapas mais dispendiosas de uma produção fonográfica realizada às próprias custas. 
Para quem quiser dar uma conferida neste segundo disco de Truvinca, o álbum está disponibilizado pelo site Forró em Vinil. 
http://www.youtube.com/watch?v=rRqkXQzI6Sg

2 comentários:

  1. Truvinca é um excelente Sanfoneiro, pena que eu não tenha nenhum disco dele, o que tenho é baixado da Internet.

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  2. Os discos de Truvinca são raros. Quando conversei com ele pela última vez, nem o próprio Truvinca tinha seu LP gravado por volta de 1980.Os CDs também são difíceis de obter pois são independentes, não foram lançados oficialmente.

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