14 de abr. de 2009

Sanfona de 8 baixos na web - Leonardo Rugero Peres

Fazendo um balanço atual da presença da sanfona de 8 baixos na internet, podemos constatar que o interesse por este instrumento é crescente. Senão vejamos.
Websites
Ainda são raros os sites. Destaco o site de luizinho calixto http://www.luizinhocalixto.com.br/ Neste site, pode-se encontrar dados biográficos, fotografias e novidades sobre este talentoso artista.
No site musicosdobrasil.com.br, na seção "ensaios", se encontra disponível para download o meu ensaio "A sanfona de 8 baixos na música instrumental".http://ensaios.musicodobrasil.com.br/leorugero-asanfonadeoitobaixos.pdf
blogs
Há uma quantidade expressiva de blogs na internet. Além do já clássico forró em vinil, a cada dia que passa surgem novos blogs dedicados sobretudo à postagem de antigos discos de vinil, mas também contendo postagens sobre informações gerais, tendo eventualmente destaque a sanfona de 8 baixos. A grande questão ética que se coloca neste momento é evitar a disponibilização de CDs em catálogo para download, pois isso inibe as vendagens de artistas que normalmente trabalham com tiragens limitadas. como o caso do próprio Luizinho Calixto. Um concenso ético entre os blogs seria a postagem de vinis ou CDs esgotados, fora de catálogo.
http://oxentenordeste.blogspot.com/

http://raizesdonordeste.blogspot.com/

http://acervoorigens.blogspot.com/

Ainda entre os blogs, vale conferir o blog do etnomusicólogo John Murphy, que escreveu em 2006 o livro Music in Brazil, editado pela Oxford, New York. Neste livro, há um breve capitulo dedicado à sanfona de 8 baixos da região nordeste, tendo como principal musico focado, Arlindo dos 8 baixos.
http://web3.unt.edu/murphy/brazil/?q=blog/1&page=4

youtube

No youtube, embora ainda discreta, a filmografia disponível sobre sanfona de 8 baixos já se faz notável. Algumas dicas para pesquisa:

Arlindo dos 8 baixos
http://www.youtube.com/watch?v=qh0B1Y7ipo8&feature=rec-HM-fresh+div

Heleno dos 8 baixos
http://www.youtube.com/watch?v=XtzvgY4At8A&feature=related

Hermeto Pascoal
http://www.youtube.com/watch?v=jxh6gbohJLs

Luizinho Calixto (com Zé Calixto & Abdias)
http://www.youtube.com/watch?v=rIsvJn7Zqsw

Bem, estas são apenas algumas sugestões. O interessante no Youtube é que o sistema de palavras-chave, consegue estabelecer links entre videos relacionados, o que facilita a pesquisa.

Concluindo, podemos constatar que não cessam de expandir os acervos da internet, possibilitando desde o leigo curioso ao aficcionado, passando pelo pesquisador, prósperas pesquisas. No entanto, uma dúvida ainda se coloca. Como trabalhar em parceria com os próprias artistas?

11 de abr. de 2009

Com quantos nomes se faz uma sanfona? - Leo Rugero


Com quantos nomes se faz uma sanfona?


Leonardo Rugero Peres

No Brasil, a sanfona de 8 baixos nunca foi chamada pelo nome original do instrumento: acordeon diatônico de 8 baixos, ao contrário de países americanos de colonização espanhola onde a sanfona também foi muito difundida, como a Colômbia e Republica Dominicana. Isto se deve ao fato que os espanhóis, desde cedo, se referem aos pequenos acordeões compostos unicamente de botões, como acordeon diatònico. Tal nominação também foi adotada em outros paises como a França (acordeon diatonique) e Alemanha (diatonische handharmonika). A diferença do termo alemão está em considerar a sanfona, uma harmônica (gaita) manuseada com os dedos (manual). Provavelmente esta definição está relacionada a própria origem do instrumento, tal como foi concebido pelo seu inventor, Cyrill Demian, ou seja, uma espécie de harmônica (gaita) inserida em uma caixa.
Entre nós, a sanfona de 8 baixos também não recebeu seu batismo pela descrição técnica do instrumento: acordeon de botões de 8 baixos, tal como ocorreu em países como a Inglaterra e Estados Unidos (eight basses button accordion).
Ao contrário, num processo que poderíamos chamar de "camaleônico”, este instrumento foi recebendo diferentes nomes nas diferentes áreas em que era inserido. Normalmente, os nomes eram apelidos criados pelas populações locais, o que constata o fato que este instrumento teve maior acolhida no Brasil entre as populações de baixa renda, sobretudo nas comunidades rurais e periferia urbana.
Entre estes "apelidos", a palavra sanfona se tornou a mais usual entre todas, pois foi adotada pela indústria fonográfica no eixo Rio - São Paulo, no final dos anos 50, quando são gravados os primeiros fonogramas de sanfoneiros de origem nordestina como Gerson Filho, Zé Calixto e Severino Januário. Em depoimento, Zé Calixto atesta que desconhecia a palavra sanfona em sua terra natal, Campina Grande - PB, onde o termo corrente para designar o instrumento era fole de 8 baixos. Assim, este instrumento passa a ser chamado metonimicamente por uma característica especifica do fole, que é o fato de ser sanfonado.
No sul do Brasil, até os dias de hoje a expressão gaita-ponto é reconhecidamente a mais utilizada para nomear o acordeon de botões, enquanto gaita-piano ou gaita-pianada, quando se refere aos acordeons de teclado. Mas, entre o povo, surgem alcunhas curiosas. Gaita de duas conversas é uma delas. Esta alcunha se refere ao fato que as sanfonas de 8 baixos são bissonoras, isto é, um mesmo botão ao abrir o fole produz uma nota (uma conversa), enquanto que ao fechar o fole, emite outra nota (outra conversa).
Entre os portugueses, sempre houve uma tendência a nomear um instrumento pertencente à determinada família, por outro instrumento, de outra família. Exemplo muito difundido são os termos viola e violão, para designar respectivamente, as guitarras de cinco e seis ordens, criando assim uma verdadeira confusão onomástica na língua portuguesa, onde temos a palavra viola designando tanto a viola-de-arco, pertencente à família das violas, bem como a viola "caipira" pertencente à família das guitarras. Do mesmo modo, a palavra concertina se consagrou como a maneira mais usual de denominação do acordeon diatônico em Portugal.
Em algumas localidades do Brasil, Concertina também é de uso corrente, o que se confirma pelo nome artístico de alguns instrumentistas como Manoel da Concertina. Talvez esta verificação tenha levado o etnomusicologo Thiago de Oliveira Pinto a aceitar este termo, inclusive, adotando-o em seus escritos sobre o forró. No entanto, em termos estritos, a concertina se trata de outro instrumento aerófono com características distintas de nossa sanfona, mais próximo ao bandoneon. Por sua vez, para confundir as coisas ainda mais um pouco, a palavra sanfona, em Portugal remete a outro instrumento, muito distinto de nossa sanfona, e pertencente à família das vielas-de-roda.
Algumas expressões de origem popular são muito curiosas. "Pé-de-bode" é uma delas, usada indistintamente nas regiões sul e sudeste. Um dos raros estudiosos do instrumento, John Murphy, faz uma interessante observação sobre esta alcunha, que conforme explica o autor "relembra os dias quando o instrumento tinha somente dois baixos; A analogia parece relacionada com as patas de bode serem divididas em duas partes"(2006,p104). Ainda hoje, sanfonas de dois baixos são utilizadas na Itália, sobretudo na interpretação de Tarantellas.
Testa-de-ferro é outro apelido curioso, comum, sobretudo no sul de Minas Gerais, e parece indicar os antigos modelos de sanfonas de 8 baixos (vide foto), que não eram abauladas na frente ou nas extremidades. Estes modelos também são conhecidos por caixotinhos.
Também curiosos são os apelidos botuada ou botoadeira, devido ao instrumento ser construído sem teclado, unicamente com botões.
Afinal, como chamar este instrumento que se esconde atrás de tantas denominações? Sanfona, estatisticamente é a expressão mais utilizada nas regiões sul e sudeste. No entanto, para os sulistas, trata-se de uma gaita-ponto e ponto final. Abaixo, uma lista com alguns dos nomes mais comumente utilizados para a sanfona de 8 baixos:

acordeona de 8 baixos

botuada

botuadeira
cabeça de égua
caixotinho
concertina
cordeona de 8 baixos
fole-de-8 baixos
gaita-ponto
gaita de colher
gaita de duas conversas
harmônica
harmônio
pé de bode
pé de orelha
pescoço de cabra
realejo
testa de ferro
verduleira



referências:

livros:Murphy, John. Music in Brazil. New York: Oxford, 2006.
Oliveira, Ernesto Veiga de Instrumentos populares portugueses.

Internet


Peres, Leonardo Rugero.
A sanfona de 8 baixos e a musica instrumental, In Musicos do Brasil: Uma enciclopédia. Petrobrás,2008.

CDs:
Azevedo, Téo. In “Zé Calixto - 40 anos de forró”. Montes Claros: Pequizeiro,1999.
Pinto, Thiago de Oliveira. In: Pé de Serra forró band. Berlim: Wergo, 1992

8 de abr. de 2009

Zé Calixto e Zé Ramos

Dia 09, quinta-feira, o poeta da sanfona, Zé Calixto, realizará uma apresentação ao lado do cantor e compositor Zé Ramos. Os dois músicos já trabalham colaborativamente há alguns anos. Inclusive, já realizaram um CD juntos intitulado "ao vivo - vol.1". No repertório da dupla, se alternam músicas instrumentais e cantadas. Vale a pena conferir!
Abaixo, mais detalhes sobre o evento.
RIO ROOTS 2009 - DE 8 A 12 DE ABRILQUARTA 08/04 - TRIO SANHACO, TRIO CARUA, TRIO XIQUE XIQUE, 3X4, TRIO CABACEIRAS, MARIANA MELLO, DONA FLOR, FAMILIA VIRGULINO. - QUINTA 09/04 - GERALDO JUNIOR, ESTACAO LUNAR, TRIO JUREMA, TRIO LUA CHEIA, TRIO SO FORRO, ZE CALIXTO E ZE RAMOS, TRIO CANDIEIRO, TRIO POTIGUA, FUBA DE TAPEROA - SEXTA 10/04 - FORRO DE PONTA, PISAMANEIRO, RAIZES DO SERTAO, TRIO ALVORADA, TRIO JUAZEIRO, TRIO XAMEGO, TRIO ARACA, TRIO NORTISTA - SABADO 11/04 - FORROBODO, TRIO RAPACUIA, TRIO REMELEXO, PARAXAXAR, OS CABRAS, FILHOS DO NORDESTE, TRIO LAMPIAO, MESTRE ZINHOKATURA GARDEN - BARRA DE GUARATIBA - ESTRADA BURLE MAX 1245. Pegar a KOMBI ROOTS no Recreio Shopping. Infos.: (21) 8305-5847 ou arzeventos.com/rioroots

7 de abr. de 2009

Folia de Reis - Mato Dentro - S B do Suaçuí


Os instrumentos são: sanfona de oito baixos, viola caipira, violão, cavaquinho e a percussão (caixa e tambor); O cortejo percorre as cercanias, até que eles param em frente a uma casa, e começam a cantar uma canção ancestral: - Ô de casa/Ô de fora, Maria vai ver quem é/são os cantadô de reis/são os cantadô de reis/ quem mandou foi São José.O dono da casa, acolhe a folia e seus foliões ofertando-lhes comida e bebida.
As folias-de-reis são uma antiga tradição. Os três reis magos que visitam o menino Jesus. Eles carregam ouro, incenso e mirra.E a história chega até os dias de hoje.
Todo ano, no calendário cristão, o dia 6 de Janeiro é o Dia de Reis.Com sua bandeira, seus trajes tipicos,seus instrumentos, cantando em terças e sextas paralelas, e lembrando o Menino Jesus e os três reis magos.Como a bela folia de reis de Mato Dentro - Minas Gerais. Nonô de Ciliaco toca a sanfona de oito baixos e entoa os cânticos, acompanhado por seus foliões.E, em meio a estes sons encantados, sentimos o coração de uma cultura que ainda bate fortemente.
The instruments: eight basses button accordion, viola (10 strings guitar), six strings guitar, cavaquinho and percussion (caixa - snare drum, and pandeiro - frame drum); The procession travel across the outskirsts until they stop in front of a house, and start to sing and old song: - Ô de casa. (Anabody's home?); Someone answer: - Ô de fora.Maria vai ver quem é ( Maria, go out see who are). And Maria says: São os cantadô de reis ( Are the King's singers), and comment: - quem mandô foi São José (Who order was Saint Joseph).The owner's home welcomw the folia ans the foliões, offering drink and food.
The folia-de-reis (companies of kings) are an old tradition.The three kings, who seek the infant Jesus. They take gold, incense and myrrh.And the history take us up to present day.
Every year, on the King's day (6 January), the foliões, with the ensign, with his special clothes, with his instruments, walk and sing in thirds and sixths intervals, and remembering the Infant Jesus and the three kings.Like the Compain of Kings from Mato Dentro, state of Minas Gerais.Nonô de Ciliaco plays the button accordion and sings with his foliões. And we hear that encanted sounds and fell the heart of a culture.


Leo Rugero
sobre um video postado no youtube por Flaviano Trindade
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4 de abr. de 2009

Algumas considerações sobre “O poeta da sanfona”.


Entre os lançamentos fonográficos de 2008, “O poeta da sanfona” de Zé Calixto, está entre os mais importantes no âmbito da música regional. Afinal, desde a retração mercadológica que sofreu o forró instrumental no princípio dos anos 80, que Zé Calixto não registrava seu trabalho com um aparato de produção à altura de sua expressão artística. Só a constatação deste fato já é suficiente para saudar-nos este lançamento tão oportuno.Aliado a isso, neste ano de 2009, Calixto completa 50 anos de carreira discográfica.Afinal foi há exatas cinco décadas, em 1959, que entrou no estúdio da gravadora Philips para gravar seu primeiro disco em 78 rotações com as músicas "Forró de Seu Dideu" e "Polquinha brejeira" onde já revelava ao público o talento incomum que seria definitivamente consagrado com a sua interpretação do choro "Escadaria" de Pedro Raimundo, em 1962.
Produzido pela Baluarte Agência de projetos culturais, e tendo a direção musical de Guilherme Maravilhas (ex-acordeonista do Forroçacana), este CD se caracteriza pela tendência moderna às antologias, contendo basicamente novas leituras para obras que já haviam sido gravadas anteriormente.A instrumentação é fiel ao regional que caracteriza a produção discográfica do fole de 8 baixos nordestino, destacando a participação de músicos que já podem ser chamados de escudeiros fiéis, por já atuarem há alguns anos ao lado de Zé Calixto, como Valter Silva (violão de 7 cordas), Carlinhos Calixto (percussão e co-produção musical) e Durval (zabumba), além de músicos que ainda não haviam atuado em trabalhos do sanfoneiro, como Ubyratan (cavaquinho) e Marcelo Bernardes (flauta e clarinete).
A faixa de abertura, "Forró mengão" (Dominguinhos/Anastácia) foi gravado originalmente por Zé Calixto com o titulo de "Forró do mengo" no disco "Forró pra toda gente", lançado em 1979 pela extinta Tapecar. A nova versão se difere pela escolha de uma tonalidade diferente da original, e mostra quase 30 anos depois que Calixto, na altura de seus 75 anos, ainda possui dedos ágeis o suficiente para tocar forrós em andamento acelerado em melodias construídas em semicolcheias. A participação de Nicolas Krassik ao violino não parece estabelecer um dialogo vivo com a sanfona.
O pot-pourri em ritmo de quadrilha, capitaneada pela voz de Dominguinhos, e costurada pelo clássico Sai do Sereno de Onildo Almeida, reapresenta o esquema formal de quadrilhas encadeadas, sob medida para embalar as festas de São João, já utilizado por Calixto nos álbuns Forró pra toda gente ( Tapecar, 1979) e Tocador do mundo (RCA – 1982).
A interpretação de choros sempre foi uma marca na carreira de Calixto. Neste álbum, o destaque para os choros é notável. Algumas regravações como a bela “Homenagem à velha guarda” de Sivuca, “Tudo Azul” de Orlando Silveira e Esmeraldino Salles e “Num bate papo”, parceria de Zé Calixto com Índio do Cavaquinho. Em “Eu quero é sossego” do inovador K-Chimbinho, um interessante achado é a introdução instrumental da sanfona sem acompanhamento que é realizada por Calixto. Nesta introdução, Calixto se utiliza de uma “variação”. As “variações” são cadências melódicas que de acordo com Calixto, consistem na base técnica do sanfoneiro. A interpretação, recheada por acordes de resposta e ornamentos melódicos, é um dos pontos altos deste CD.
Outro destaque do álbum é a presença do xote “Pé-de-serra” de Luiz Gonzaga. Este tema instrumental é da fase inicial da carreira do rei do baião, quando este ainda era solista de acordeon. Verdadeira raridade tirada do fundo do baú por Calixto e Guilherme Maravilhas.
A valsa sempre foi um gênero bissexto nos discos de forró instrumental, talvez em parte, pelo universo da dança nordestina nas últimas três decadas ser predominado por ritmos em compasso binário. Sendo assim, uma das grandes surpresas deste álbum é a releitura de “Rosa”, célebre valsa-choro de Pixinguinha. O andamento lento, outra raridade no universo da sanfona de 8 baixos, permite a Calixto realçar a interpretação do ponto-de-vista da expressão, atingindo dramaticidade poucas vezes ouvida neste contexto musical.Esta faixa é abrilhantada pela participação de Valter Silva, que além do violão de 7 cordas, se revela um autêntico cantor de serestas que talvez tenha sido eclipsado pelo violonista.
"Tô aqui pra isso" de Bastinho Calixto é um autêntico forró chorado, com enigmático motivo descendente e sincopado, consistindo em outra grata surpresa deste CD.
Saindo do plano sonoro, a capa e o encarte de muito bom gosto, tendo ao fundo a cor azul celeste do muro da casa de Calixto. As fotos de Marcelo Corrêa nos fazem viajar pela casa de Zé, no Morro da Pedreira. O passarinho na gaiola, os copos sobre a mesa rendada, a imagem da padroeira, se tornam simbolos que se comunicam visualmente com a música gravada.
Reiterando o que dissemos antes, “O poeta da sanfona” é um álbum fundamental, no sentido de reapresentar ao grande público a obra interpretativa e composicional de um dos mais influentes sanfoneiros de 8 baixos de todos os tempos, Zé Calixto, "o poeta da sanfona".
Leo Rugero

Para comprar este disco diretamente com Zé Calixto, escreva para sanfonerozecalixto@yahoo.com.br