30 de abr. de 2011

Festival de Salgueiro

Fonte:http://www.supramax.com.br
Músicos Se Encontram No Festival Da Sanfona
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Sex, 29 de Abril de 2011 08:46
Já consagrado por revelar novos talentos, valorizando os músicos  da
região e a sanfona, o Festival da Sanfona de Salgueiro inicia a terceira
 temporada. O evento acontece durante os dias 29, 30 de abril
e 1° e maio e vai reunir músicos de várias idades vindos de cidades
das regiões  do Sertão  Central, São Francisco, Pajeú e Araripe e
também de outros estados como Bahia e Ceará.

O Festival já é consagrado com sucesso de público, participação
e principalmente de divulgação da cultura popular brasileira.
Devido a cresce adesão, neste ano, o evento será realizado
no Centro de Cultura, Lazer e Turismo,
antiga Estação Ferroviária
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De acordo com a secretária de Cultura e Esportes, Eliane Alves,
 24 artistas subirão ao palco para concorrer a prêmios
nos valores de R$ 2 mil para o primeiro lugar, R$ 1.500 (2º lugar)
 e  R$ 1 mil, para o 3º lugar, na categoria sanfona.
O primeiro colocado na categoria Sanfona de oito Baixos levará
R$ 2 mil. Para Eliane, o festival valoriza a arte de tocar sanfona,
garantindo a troca de experiências e a divulgação do instrumento
que é uma ação fundamental para o fortalecimento da autêntica
música brasileira.

A novidade deste ano é a categoria sanfona de oito baixos. 
“Essa categoria são as nossas boas vindas a esse 
instrumento que fez tanto sucesso nas mãos do mestre 
Luiz Gonzaga e de tantos outros artistas que estavam
 no ostracismo. Através do festival, conseguimos resgatar 
a tradição do fole com os jovens e com os veteranos que 
já estavam aposentando a sua sanfona oito de baixos”, 
argumenta.
A cada edição, o festival conta com um grande show. Ano passado,
 a atração foi o músico Osvaldinho do Acordeon. Já este ano quem
vai subir ao palco será o Mestre Camarão, patrimônio vivo
de Pernambuco e um dos grandes nomes do nordeste e do
Brasil que fará uma aula-espetáculo aberta ao público e
se apresentará com seu filho Salatiel D´Camarão. A aula
 acontece no sábado (30), às 20h.

27 de abr. de 2011

Sucessos de Luiz Gonzaga com Raimundo Mauricio e sua sanfona de 8 baixos

aviso importante: Prezados amigos, ao compartilhar as informações contidas neste site, sobretudo no que se refere às matérias assinadas, por favor, adicionem as referências: título, autor e a fonte, que é o nome do site: www,sanfonade8baixos,com
Sucessos de Luiz Gonzaga com Raimundo Mauricio e sua sanfona de 8 baixos - Leo Rugero
Dando continuidade à questão dos "nomes de fantasia", ou "nomes fictícios" como bem denomina Everaldo Santana, mais um sanfoneiro que jamais existiu: Raimundo Maurício. Em 1979, Zé Calixto lançou o disco "30 anos de forró", através do selo Jangada, da EMI - Odeon. No mesmo ano, surgiu por parte da gravadora, a idéia de gravar um disco com sucessos de Luiz Gonzaga em arranjos instrumentais, solados por sanfona de 8 baixos. Deste modo, Calixto foi convidado para ser o solista. Porém, com uma condição: não assinaria como intérprete do disco, pois, na concepção dos produtores, dois lançamentos seguidos  de um mesmo artista, atrapalhariam as vendas. Assim, escolheu-se um nome de fantasia: Raimundo Maurício. Do mesmo modo, encontrou-se um senhor que tocava um pouco de sanfona, que seria fotografado para aparecer na foto da capa. Criada a identidade ficticia do "ghost musician", foi colocado no mercado o disco "Forró do Bom - Sucessos de Luiz Gonzaga com Raimundo Maurício e sua sanfona de oito baixos", que acabou passando quase desapercebido. Sendo assim, este disco pode ser considerado como parte da discografia de Zé Calixto, seu verdadeiro intérprete.


Vale a pena comentar alguns aspectos deste disco. A começar, este trabalho se distingue pela gravação de excelente qualidade técnica, não apenas quanto à performance instrumental, o que já era de se esperar, mas, também pela qualidade de timbres e mixagem alcançados em estúdio. 
Zé Calixto divide sua performance com o acompanhamento que caracterizaria seus trabalhos a partir de então: sanfona, acordeom de 120 baixos, baixo elétrico, violão, cavaquinho e  percussão variada.
De modo geral, os arranjos doram direcionados para os salões  de dança, bem animados e sacudidos. Em alguns momentos, o fraseado do instrumentista paraibano é perceptível, nas escolhas de tonalidades, no uso de notas duplas, no estilo lânguido carregado de ornamentações, e, de certo modo, retrata a música de Luiz Gonzaga na interpretação de Zé Calixto, o que, a rigor, deveria ter sido um possível título para este disco...
Em primeira mão, para vocês, um disco raro de mais um sanfoneiro fictício, gravado por um grande nome do fole de oito baixos.


http://www.2shared.com/file/EKqf0P-C/forr_do_bom_mp3.html

26 de abr. de 2011

Festival de Salgueiro - sanfoneiros selecionados

SANFONEIROS SELECIONADOS
Dia 29 / Sexta - Eliminatória
Ordem de Apresentação Sanfoneiro Cidade Categoria
1 Pedro Manú Salgueiro / PE Sanfona de 8 Baixos
2 Reginaldo de Oliveira Salgueiro / PE Sanfona
3 Paulinho do Acordeon Ouricuri / PE Sanfona
4 Chico Simião Salgueiro / PE Sanfona
5 Kinho Callou Terra Nova / PE Sanfona
6 Luiz de Verdejante Verdejante / PE Sanfona
7 Rafael Simião Salgueiro / PE Sanfona
8 Manoel de Jovem Salgueiro / PE Sanfona de 8 Baixos
9 Cláudio Santos Salgueiro / PE Sanfona
10 Carlinhos Limoeiro do Norte / CE Sanfona
11 Nego do Mestre Salgueiro / PE Sanfona de 8 Baixos
12 Jandim do Acordeon São José do Belmonte / PE Sanfona

Dia 30 / Sábado - Eliminatória
Ordem de Apresentação Sanfoneiro Cidade Categoria
1 Igor Araújo Serra Talhada / PE Sanfona
2 Tico Figueiredo Serrita / PE Sanfona de 8 Baixos
3 Geninho do Acordeon Salgueiro / PE Sanfona
4 Antonio Nascimento Serrita / PE Sanfona
5 Arnaldo Xaréu Salgueiro / PE Sanfona
6 Danielzinho Itabaiana Juazeiro / BA Sanfona
7 Leandro Santos Afogados da Ingazeira / PE Sanfona
8 Valmir Maracanã São José do Belmonte / PE Sanfona
9 Geovânio do Acordeon Mirandiba / PE Sanfona
10 Bilino dos Oito Baixos Moreilândia / PE Sanfona de 8 Baixos
11 Antonio da Mutuca Salgueiro / PE Sanfona de 8 Baixos
12 Zezinho do Acordeon Salgueiro / PE Sanfona
Salgueiro, 21 de Abril de 2011

23 de abr. de 2011

acordeon diatonico

O site espanhol "acordeón diatónico" é um dos mais completos da internet. Contém informações preciosas sobre os mais variados aspectos dos acordeões diatônicos - dos quais, a nossa sanfona de 8 baixos é uma das variantes. Desde aspectos históricos, passando pela organologia (descrição e classificação técnica do instrumento), até partituras, a quantidade de informações disponibilizados faz de "acordeón diatónico", um site de referência. E o Brasil, aos poucos, adquire visibilidade na cena internacional dos acordeões diatônicos. Na seção intérpretes, há a referência à dois músicos nordestinos que obtiveram certo prestígio no canário internacional: Arlindo dos oito baixos e Heleno dos oito baixos. Este último, considerado por Oswwaldinho do Acordeon, como "o embaixador dos oito baixos".
Na seção " Enlaces", o autor do site relaciona o que há de mais relevante na internet, dividindo os sites em diferentes categorias: associações, blogs, fábricas, luthiers e lojas, fóruns, informação e técnica, partituras. Entre os blogs, o nosso sanfonade8baixos.blogspot.com, está representando o Brasil, num contexto predominantemente europeu. Ficamos felizes com o alcance de nosso blog, escrito em lingua portuguesa e dirigido basicamente à comunidade de praticatantes do Brasil, esteja chegando à além-mar.
Para dar uma conferida, clique aqui: https://sites.google.com/site/elacordeondiatonico/enlaces

21 de abr. de 2011

Zé Ranulfo de Serra Talhada por Leo Rugero

aviso importante: Prezados amigos, ao compartilhar as informações contidas neste site, sobretudo no que se refere às matérias assinadas, por favor, adicionem as referências: título, autor e a fonte, que é o nome do site: www.sanfonade8baixos.com
Tenho encontrado citações e referências extraídas deste blog, omitindo completamente a autoria e a origem. Até programa de rádio on-line já citou textos publicados e assinados pelo autor do blog. Não vamos esquecer que a Internet é uma rede, e para que esta rede funcione adequadamente, é necessário o trabalho colaborativo de todos nós. Eu mesmo, frequentemente compartilho alguma matéria, e sempre publico o nome do autor e a fonte de onde foi tirado... 
Mas, deixo de lado meu desabafo, e vamos ao disco desta semana, que é a parte mais saborosa desta prosa.

Não é difícil encontrar na discografia de sanfona de oito baixos, o "nome de fantasia". Normalmente, isso ocorria como parte do contrato: em troca de um bom cachê, o instrumentista concedia sua parte de arrecadação. Deste modo, a gravadora ou produtor fonográfico se isentava de repassar a parte que caberia ao solista. Como isso foi um expediente comum na produção fonográfica, sobretudo nas décadas de 1970 e 1980, não são raros nem isolados os casos deste tipo.Como este "Zé Ranulfo de Serra Talhada". Se existe ou existiu um sanfoneiro com este nome, não sabemos. Neste caso é apenas o nome de fantasia para o sanfoneiro Zé Henrique dos oito baixos. Natural de Pirá, Bahia, e radicado em São Paulo, Zé Henrique gravou este disco no Rio de Janeiro, pela gravadora Somil, com produção de William Luna.


Um detalhe comum às capas destes discos de sanfoneiros inexistentes, é a ausância de uma fotografia que identifique o sanfoneiro, Neste caso, o chapéu de couro dependurado na árvore, é um símbolo que substituiu a imagem do músico. O maior problema nestes fonogramas é a dificuldade em identificar o verdadeiro músico por trás do pseudônimo. A maior parte do público vai achar que se trata de um disco de Zé Ranulfo, no entanto, não é...
Foram muitos estes nomes de fantasia. Baianinho da Sanfona, Zé Mamede, Tunico e seus pirados, Betinho, Elsa Maria - "a princesinha dos oito baixos", e por aí vai! 
Musicalmente, este trabalho reflete uma tendência na geração de sanfoneiros que surge por volta de meados da década de 1970, que é a regravação de músicas do repertório de sanfona de oito baixos, que se tornam êxitos fonográficos ou radiofônicos, tornando-se parte do "repertório obrigatório" do instrumento. É o caso de "Quadrilha brasileira" de Gerson Filho, "Enxugue o rato" de Luis Moreno e "Roseira do Norte" de Pedro Sertanejo e Zé Gonzaga. Os xotes "Panela Velha" e "Mate o véio", se tornaram muito difundidos na programacão radiofônica, recebem aqui adaptações instrumentais. E também há espaço para o trabalho autoral de Zé Henrique, em "Forró no Zé Lagoa" e "Canto do galo".
Instrumentista seguro, demonstra  técnica e agilidade em seus trabalhos de estúdio. O acompanhamento é realizado por um regional, formado por violão de sete cordas, um pouco usual banjo no lugar do cavaquinho e a massa sonora percussiva de agogô, triângulo e zabumba.
Zé Henrique, ainda que de forma discreta, manteve seu trabalho como solista, tendo, inclusive, gravado um CD em 2008. Em São Paulo, é conhecido como afinador de sanfonas, tendo realizado o "transporte", isto é, a afinação nordestina, para outros sanfoneiros destacados como Zé Honório e Tranquilo dos oito baixos.
Leo Rugero

16 de abr. de 2011

Heleno dos 8 baixos



Heleno dos 8 baixos interpretando "Forró na Fazendinha". Video postado no youtube.

14 de abr. de 2011

Chico Paes se prepara para gravar o segundo CD

Diário do Nordeste http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=690774

Tocador de sanfona mantém tradição

Publicado em 13 de novembro de 2009 
Antônio Vicelmo
Chico Paes tem 85 anos e se prepara para gravar seu segundo CD 
ANTÔNIO VICELMO



Crato. Um velho tocador de pé-de-bode, que foi amigo e parceiro de Patativa, se torna famoso aos 84 anos. Vai gravar o seu segundo CD. É a história de um amante apaixonado que se reencontra com o seu velho amor, a harmônica de oito baixos.


Estão chegando ao fim os últimos tocadores de "pé-de-bode", ou harmônica de oito baixos, do Cariri. Um dos remanescentes dessa casta de nordestinos que fez da música e da agricultura um meio de sobrevivência, é Francisco Paes de Castro, conhecido por Chico Paes, que nasceu no dia 23 de outubro de 1925, na zona rural de Assaré. Ele tem uma história de vida parecida com a do seu conterrâneo, Patativa do Assaré. Ambos animaram juntos as festas sertanejas. "Patativa, geralmente, saía no meio da cantoria e eu terminava recebendo o dinheiro", lembra o tocador.


Ao lado dos irmãos, que também tocavam e cantavam, Chico Paes percorreu o Interior do Ceará, fazendas, vilas e povoados, para tocar em festas de casamento, batizado, renovação e padroeiros. Numa delas, enfrentou uma grande chuva. O jeito foi emparelhar os dois burros que serviam de montaria e cobri-los como uma lona para proteger o "pé-de-bode" colocando-o debaixo dos animais.


Ao contrário de Patativa, que cantava por amor à poesia, Chico Paes fazia da arte musical uma fonte de renda. Hoje, com 84 anos, cinco casamentos e filhos que ele não sabe a conta, o velho tocador colhe os frutos de uma vida dedicada à música e à agricultura. Com o plantio de uma roça de arroz, comprou uma sanfona. Com o instrumento, adquiriu um pedaço de terra.


O professor Gilmar de Carvalho escreveu que "a música para Chico Paes, mais do que um meio de vida, foi uma forma de expressar o mundo e de se elevar a Deus, no meio do forró mais brabo, com cachaça, homem valente, mulher bonita, ciúmes, rixas, alegria até se pegar o sol com a mão, ter que se jogar água para abafar a poeira do chão". Chico lembra que, "matava" o sono, tomando cerveja na boca da garrafa.


Aos oito anos, Chico aproveitava quando o pai ia para a roça para mexer na harmônica: "eu tinha medo dele brigar". Um dia seu João, já desconfiado, abriu a porteira bem devagar, e flagrou o menino "bulindo" na harmônica. Ao invés da surra esperada, veio a palavra de estímulo: "meu filho, pode tocar, não precisa ter medo de mim não".


Daí pra frente foi uma mão na roda. Notabilizou-se como o maior tocador de fole do sertão dos Inhamuns. Mas somente agora foi descoberto pelo Laboratório de Estudos da Oralidade da Universidade Federal do Ceará (UFC) e Universidade Estadual do Ceará (Uece), que gravou um CD com 15 músicas, a maioria da autoria de Chico Paes. Tem composições, que vão da marcha à valsa. Uma delas, "De Fortaleza a Messejana", foi composta na volta a cidade de Assaré. O baião "Selma" faz o forró pegar fogo, mas a preferida é "Dedo Amarrado". Já estão prontas as músicas do próximo CD, que ele não sabe quando será gravado.

13 de abr. de 2011

Abdias - Botão variado

Este disco, lançado em 1975, pela CBS, tem na faixa título, uma composição de Sebastião Moraes - o Bau dos oito baixos, em parceria com Ivan Bulhões, que se tornou uma das músicas mais representativas do estilo nordestino. Nesta gravação, Abdias mostra-se impecável tecnicamente.
Alternando faixas vocais e instrumentais, e combinando instrumentos acústicos e elétricos, segue a receita predominante da discografia de Abdias na década de 1970. Embora careça de ficha técnica, sabemos, pelo texto da contracapa assinado por Lula Queiroga, que há participações de Dominguinhos no acordeom, Dino no violão de sete cordas e Zé Menezes, provavelmente na guitarra.
Como podemos observar em outros trabalhos de Abdias, este disco é uma fusão de ritmos, onde em alguns momentos fica difícil definir um gênero musical específico.







Um trabalho memorável do saudoso Abdias, um dos ícones da sanfona nordestina.

http://www.4shared.com/file/9OVM6LBw/abdias_-_botao_variado_-_sanfo.html

9 de abr. de 2011

Com quantos baixos se faz um 8 baixos? texto escrito por Leo Rugero

Entre os instrumentistas que se destacaram no mundo artístico da sanfona de oito baixos da região Nordeste, nem todos tocavam sanfonas de oito baixos. Isso mesmo! Na verdade, muitos sanfoneiros adotaram os acordeões mistos, nos quais a mão direita conserva as caracteristicas de duas ou três fileiras de botões diagonais, dentro do sistema bi-sonoro, ou "voz trocada": abre uma nota e fecha outra. Porém, a mão esquerda possui "baixaria" uni-sonora, tal como o acordeom de teclados. Por isso, estes instrumentos são denominados mistos: mão direita bi-sonora e mão esquerda uni-sonora. Vamos a alguns exemplos:
1) Manoel Maurício: O sanfoneiro pernambucano, dono de uma velocidade invejável, utilizava uma Todeschini com duas fileiras de mão direita em afinação transportada, e 24 baixos uni-sonoros para a mão esquerda. Foi este o modelo básico que acompanhou-lhe durante toda a carreira artística, a julgar pelas capas de seus discos.
Observem a fotografia da capa do disco "Agreste em Festa", lançado pela gravadora Esquema, nos anos 1970. À direita da capa, a mão esquerda manejando os 24 baixos uni - sonoros. Esta "baixaria" permite uma gama melodica maior para a mão esquerda, tendo sido adotada por outros sanfoneiros, tal como o alagoano Gerson Filho.
A partir de 1972, Gerson começaria utilizar, assim como Manoel Maurício, também uma Todeschini 24 baixos. A diferença é, que no caso de Gerson, sua sanfona se manteve com a afinação "de fábrica", o que corresponde à afinação gaúcha, chamada, entre os nordestinos de "natural" ou "grega".
Vejam abaixo, na capa de "Oito baixos Brasileiros volume 4", Gerson Filho com uma sanfona Todeschini de 24 baixos vermelha, que lhe acompanharia até o final de sua carreira.
No entanto, o caso mais extremo é o de Pedro Antônio da Silva, o Pedro Sertanejo. Ainda que sendo rememorado por músicos como Dominguinhos e Sivuca, como um dos maiores "tocadores" de 8 baixos, Pedro também adotou um modelo misto, com três fileiras de botões para a mão direita e, inicialmente, 24 baixos. Porém, com o passar do tempo, foi aumentando sua baixaria, até chegar à 80 baixos uni-sonoros, como podemos observar na fotografia abaixo.

O interessante  é constatar que nunca houve distinção terminológica clara dos instrumentistas pelo número da baixaria, predominando a descrição "oito baixos"mesmo para os sanfoneiros adeptos dos modelos mixtos. É o caso ilustrativa de Edgar dos "oito baixos", posando com uma Todeschini de 48 baixos!