17 de fev. de 2015

Mais um desabafo...

Até quando seremos esta linda e trágica Belíndia, dos extremos contrastes socioeconômicos?
Hoje, soube que um emérito sanfoneiro cearense,de noventa anos de idade, Chico Paes - condecorado com o título de "mestre da cultura", foi obrigado a vender seu único fole de oito baixos por necessidades econômicas!
Dói no coração fazer parte de um país que negligencia sua cultura de tal maneira, não amparando artistas significativos que circulam à margem da mídia e permitindo que os mesmos veículos midiáticos se tornem, cada vez mais, a última palavra em relação à produção cultural, atribuindo valor de mercado ao que simplesmente desejam atribuir.
Se no Ceará de hoje, o mercado fonográfico é controlado majoritariamente pelo "forró de plástico" - também conhecido por "fuleiragem", isto se deve ao simples fato de que meia dúzia de mega empresários controlam a programação radiofônica das emissoras de rádio e televisão por todo o estado, ignorando tudo aquilo que não seja o tesouro sonoro que é produzido e veiculado por suas empresas.
Como explicar a questão das concessões radiofônicas? Não seria também o caso de uma séria investigação?
Cada vez mais, concordo com as palavras de Maurício Einhorn, que foram divulgadas por Antonio Carlos Jobim: "A saída do músico brasileiro é o aeroporto".

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