27 de jan. de 2011

Geraldo Correia - Um baixinho e seus oito baixos - texto escrito por Leo Rugero

Geraldo Correia, nasceu em Natuba, Paraíba, em 1935. Com um ano de idade, sua família se estabeleceu em Campina Grande. Ainda menino, Geraldo começou a sentir fascínio pela pequena caixinha de madeira que pertencia ao irmão mais velho e ficava guardado em cima de um ármário, uma sanfona de oito baixos.
 Quando o seu irmão, Severino Correia, estava ausente, Geraldo pegava furtivamente a sanfoninha e começava a praticar. Até que um dia, seu irmão chegou a casa, e viu o pequeno Geraldo desembaraçadamente com seu instrumento. No dia seguinte, Geraldo Correia ganharia do irmão sua primeira sanfona de oito baixos.
Começou sua atividade profissional tocando nos bailes, comícios e cabarés de Campina Grande.Em 1954, passou para o acordeom de 120 baixos, e deu início a atividade profissional nas rádios. Segundo lembra o próprio Geraldo, "em 1954, passei para o acordeom. Aí eu me peguei com o acordeom, eu labutei na rádio Borborema, que é essa rádio atual que nós temos agora na Paraíba e em Campina Grande, toquei também na rádio Catureté, toquei na rádio Cariri, aí, depois, passou algum tempo, eu viajei para o Recife. Toquei três anos na rádio Tamandaré, no Recife".  
A primeira oportunidade para uma gravação discográfica surgiu em 1964, a convite de seu amigo de infância, Jackson do Pandeiro. Geraldo se dirigiu para o Rio de Janeiro, onde gravou o primeiro LP, pelo selo Polydor. De acordo com a lembrança de Geraldo Correia, "eu cheguei no estúdio na Philips, tava o conjunto pronto. Era Dino no sete cordas, Meira no seis cordas, Boto na bateria, Tinda – irmão do Jackson do Pandeiro, Cícero no zabumba e Genival Lacerda fazendo o chocalho".
Acompanhado por este escrete de ouro, sairia do forno, ainda em 1964, o disco de estréia de Geraldo Correia, "Um baixinho e seus oito baixos".
Poderíamos afirmar que Geraldo Correia é uma figura mítica da sanfona de oito baixos. Arredio, homem de poucas palavras, afastado da atividade profissional mais intensa desde a década de 80, sistemático, poderia bem ser etiquetado como uma espécie de "João Gilberto da sanfona de oito baixos". 
Totalmente avesso à badalações e em contrapartida ao seu isolamento, é um dos sanfoneiros mais influentes na história da sanfona nordestina, não apenas devido a  interpretação técnica e vigorosa, que já suscitou elogios de músicos como Oswaldinho e Dominguinhos, bem como pelo conjunto de sua obra, composto por choros, forrós, valsas, arrasta-pés, baiões e até mesmo merengues, que  fazem parte do repertório de muitos sanfoneiros.









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