Devo, mais uma vez, agradecer ao SESC pela excelente logística, que permitiu a exibição de slides e a apresentação de exemplos musicais gravados ou interpretados ao vivo.
Na ocasião, realizei uma sintética abordagem sobre a origem do acordeom, tendo como ponto de partida, o Sheng, instrumento chinês que é reconhecido pelos musicólogos como mais antigo exemplo de uso das palhetas livres, por isso, considerado como precursor do acordeom, que viria a ser patenteado pelo austríaco Cyrill Demian, em 1829.
No Brasil, o acordeom teve, ao menos, duas portas de entrada bastante definidas. Uma no Sul, através da maciça migração italiana, a partir de 1870. Outra, no Nordeste, através da importação de instrumentos de procedência alemã, sobretudo, a partir da virada do Séc.XX.
No Rio Grande do Sul e em São Paulo, as gravações pioneiras de Moisés Mondadori e Giuseppi Reale inauguram a fonografia do acordeom brasileiro, na primeira metade da década de 1910.
A constituição de estilos regionais é um processo que se consolida nas primeiras décadas do Séc.XX em torno do acordeom diatônico, amplamente disseminado entre as populações rurais e de periferias urbanas no contexto dos bailes rurais.
O Acordeom piano se populariza entre as famílias abastadas e atinge seu ápice em meados do séc. XX em torno das academias especializadas no ensino desta modalidade de acordeom. A música impressa em métodos e partituras avulsas destinadas aos estudantes da elite econômica contrasta com a oralidade que permeia as tradições musicais nas quais o acordeom diatônico permanece vigoroso. O Acordeom piano é incorporado por músicos oriundos de práticas musicais tradicionais e recebe novos contornos, a exemplo da gravação vigorosa de "Vira e Mexe" de Luiz Gonzaga, em 1941, que viria a inaugurar a fonografia comercial da sanfona nordestina
Abaixo, algumas imagens do evento.
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