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15 de dez. de 2012

Oficina de fole de oito baixos em Exu


14/12/2012 22h48 - Atualizado em 14/12/2012 22h51

Em Exu, oficina passa tradição da sanfona de oito baixos

Instrumento ficou famoso nas mãos de Januário, pai de Gonzagão.
Luizinho Calixto desenvolveu uma didática para facilitar o ensino.

Luna MarkmanDo G1 PE, em Exu
Luizinho Calixto criou didática para facilitar o ensino (Foto: Luna Markman/G1)Luizinho Calixto criou didática para facilitar a aprendizagem (Foto: Luna Markman/G1)
"Quem sabe tocar sanfona de oito baixos hoje está ficando velho, morrendo. É preciso renovar, buscar novos talentos, para a tradição não morrer". Essa é preocupação do sanfoneiro paraibano Luizinho Calixto, que há oito anos inicia crianças no instrumento, famoso nas mãos de Januário, pai de Luiz Gonzaga. O músico desenvolveu uma didática para facilitar o ensino, que carece de professores em todo o Nordeste. Nesta sexta-feira (14), alunos de uma oficina em Exu, no Sertão pernambucano, receberam o certificado de que aprederam os primeiros passos na "pé de bode".
A sanfona de oito baixos é dividida em baixo, fole e teclado com 21 teclas. Cada tecla faz um som diferente quando o fole abre e fecha, ou seja, são 42 sons ao todo. As teclas do baixo têm que ser tocadas na hora certa, em harmonia com as do teclado. "A sanfona de oito baixos veio da Europa com uma afinação diatônica. Quando chegou aqui no Nordeste, alguém transportou, não se sabe o porquê nem baseado em quê, a afinação para o dó-ré, que é única no mundo todo", explicou Luizinho Calixto.
Sanfoneiro mostra a tablatura (Foto: Luna Markman/G1)Sanfoneiro mostra a tablatura (Foto: Luna Markman/G1)
Esta falta de informação sobre a sanfona de oito baixos foi um desafio que o músico teve que vencer para poder elaborar a oficina de iniciação. "Diziam que só tocava quem tinha dom ou um parente na família para ensinar. Mas criei um sistema onde cada tecla é um número. Se a tecla está pintada de vermelho, é para fechar. De azul, para abrir. Assim, os meninos olham e pronto, já saem praticando sozinhos", disse. O método foi batizado de tablatura.
Foi assim que, em poucos dias, a estudante Ana Flávia Gomes, 15 anos, garante que aprendeu várias músicas na oficina. Ela já tocava violão. Adora música sertaneja. Gustavo Lima é o ídolo dela. "Mas eu gosto de forró também, e queria aprender sanfona de oito baixos. Achei fácil. O complicado só é saber a hora de apertar os botões do baixo. Hoje em dia, as meninas não se interessam por sanfona. Só querem ir para as festas namorar, dançar", falou.
Assim como Ana Flávia, a professora de biologia Ana Vartan, de 24 anos, é apaixonada pela cultura popular e, desde pequena, é fã da música de Luiz Gonzaga. Ela diz que sempre quis aprender a tocar sanfona de oito baixos, mas não tinha quem ensinasse. "Aqui, em Exu, não tem professor para essa sanfona, só para 80 ou 120 baixos, parece que falta esse interesse mesmo, do governo, do povo que tem moleza de participar de eventos assim. Ano passado perdi a oficina, mas dessa vez não marquei bobeira. E é bom que tenham crianças, que é a melhor fase de aprender", disse a jovem, que afirma não tirar o chapéu de couro da cabeça. "Uso a indumentária até na formatura", completou.
Marcos e Antônio adoram tocar sanfona e escutar Luiz Gonzaga (Foto: Luna Markman/G1)Marcos e Antônio adoram tocar sanfona e escutar Luiz
Gonzaga (Foto: Luna Markman/G1)
Criança não faltava nas aulas de Calixto. Os amigos Marcos Filho, 8 anos, e Antônio Santos, 11 anos, eram dos mais animados. Eles já participam do projeto Asa Branca, onde aprenderam a tocar sanfona de 80 baixos, em dois dias da semana. "Eu iria mais dias, gosto de forró, sei tocar "Asa Branca", "Sabiá". Meus amigos ouvem rock, Mamonas Assassinas, Michael Jackson. Eles riem que eu escuto Luiz Gonzaga, Gonzaguinha, Waldonys, mas eles que têm que rir dessas músicas deles", comentou Marcos.
Pedro Sampaio recebe o certificado da oficina (Foto: Luna Markman/G1)Pedro Sampaio recebe o certificado da oficina
(Foto: Luna Markman/G1)
O agricultor Pedro Sampaio, 56 anos, era o único adulto da turma, mas via com bons olhos o grupo ser formado por gente mais nova. "Eu aprendi sanfona de 80 baixos sozinho em casa, vendo meu pai tocando, que aprendeu com Januário, pai de Gonzaga, e me apaixonei. Só agora deu para aprender a de oito baixos, porque naquela época era muito difícil ter uma dessa. E acho lindo menino assim apaixonado também, pela sanfoninha e o som dela", disse.

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12 de dez. de 2012

Oficina quer despertar nos jovens interesse pela sanfona de oito baixos


Oficina quer despertar nos jovens interesse pela sanfona de oito baixos

Allan Walbert - Portal EBC12.12.2012 - 21h03 | Atualizado em 12.12.2012 - 21h10
Exu, cidade natal de Luiz Gonzaga (Allan Walbert)
Dos vários eventos que tomam a cidade pernambucana de Exu para a celebração do centenário de Luiz Gonzaga, as oficinas de formação cultural estão entre os mais procurados pelos jovens. No Colégio Bárbara de Alencar, as tradicionais salas de aula transformam-se em espaços de aprendizagem sobre Gonzagão, Lampião e cultura nordestina. A oficina de oito baixos é uma das atrações.
Até o dia 14 deste mês, uma turma formada por cerca de dez jovens passa as tardes aprendendo a tocar o instrumento que ficou popular nas mãos do rei do baião. O sanfoneiro Luizinho Calixto, professor da oficina e amigo do Velho Lua, diz que ação tem um aspecto histórico e social importante. Ao mesmo tempo em que se fortalece nas crianças e adolescentes o gosto pela cultural local, cria-se um trabalho importante para que a sanfona de oito baixos, tocada principalmente por pessoas de mais idade, não entre em extinção.
No vídeo abaixo, o professor comenta a importância da oficina de oito baixos em Exu. Ao final da explicação, assista a uma palhinha da estudante Ana Flávia, de apenas 15 anos e que em cinco dias já consegue tirar uns acordes da canção “Asa Branca” na sanfona.
Tida no meio musical como um dos mais difíceis instrumentos para tocar, pela facilidade de se tirar tons variados e consequente complexidade em se fazer uma melodia mais harmônica, a sanfona de oito baixos tem características próprias que a diferem até mesmo de outros instrumentos de foles. Confira a explicação.
  • Direitos autorais: Creative Commons - CC BY 3.0

10 de dez. de 2012

Baianinho da Sanfona


Recentemente, o amigo Everaldo Santana descobriu a verdadeira história de Baianinho dos oito baixos, sanfoneiro baiano radicado em São Paulo. Como seu nome também foi utilizado como pseudônimo de outros sanfoneiros, não sabíamos se, de fato, teria existido este personagem. Segue abaixo o e-mail de Everaldo descrevendo detalhadamente quem foi Edivaldo Ferreira da Silva, o "baianinho dos oito baixos".



Estive ontem na casa do tico dos 8 Baixos e peguei alguns discos para copiar. Entre eles está o disco do verdadeiro Baianinho da Sanfona que era seu amigo. este  disco pertence ao Castanheiro que fazia percussão no Forró do Pedro Sertanejo.

Baianinho da Sanfona

Baianinho da Sanfona (Edivaldo Ferreira da Silva) nasceu na cidade de Irecê no estado da Bahia. Na década 70 veio para São Paulo para tocar no Salão do Pedro Sertanejo. Nessa época o Pedro Sertanejo mantinha efetivamente no famoso Forró da Catumbi uma equipe efetiva com os melhores Sanfoneiro de 8 Baixos da região.
Baianinho da sanfona era conhecido no Estado da Bahia como “Carqueijo dos 8 Baixos” ; ganhou este apelido porque gostava muito de uma “Cachaça” caseira feita com uma Erva chamada  Carqueijo. Baianinho da Sanfona faleceu na cidade de São Paulo.

Estas informações foram fornecidas pelo “Castanheiro” e o “Tico dos 8 Baixos” que tocaram junto com ele. 

6 de dez. de 2012

Com Respeito aos oito baixos!!!

Olá amigos,

segue abaixo a matéria de Erica Magni publicada no jornal O GLOBO de hoje, versando sobre o filme e livro "COM RESPEITO AOS OITO BAIXOS", ambos financiados com o apoio da FUNARTE, a serem lançados em 2013.

Respeitem a sanfona de 8 baixos de Rugero!

Músico e historiador lança filme e livro sobre o instrumento mais querido e tocado por Luiz Gonzaga



Publicado:
Atualizado:
Mestre em sanfona de oito baixos, o músico Leonardo Rugero, morador de Santa Teresa, passou mais de quatro anos estudando a história e a prática do instrumento para compor sua tese acadêmica pela UFRJ. Agora, com material precioso reunido, está finalizando um filme de média-metragem e também um livro, que será publicado no início de 2013.
O trabalho de campo começou pelo Rio, mas Rugero teve de percorrer sete cidades que formam a rota da difusão do instrumento até hoje, sendo uma delas Exu, em Pernambuco, cidade do ilustríssimo Januário, pai do sanfoneiro Luiz Gonzaga, o Rei do Baião.
— O filme reúne nomes de famílias influentes na propagação da cultura sanfoneira, entre elas os Calixtos e os Gonzagas, que fizeram história com a canção “Respeita Januário”, composta por Gonzagão, o percussor dos caminhos para a produção de discos, e até mesmo de composições instrumentais, a partir da década de 40. O mito gravou 627 músicas em 266 discos, todas com a sonoridade regional da sanfona — diz ele.
Durante o tempo em que ficou submerso nas pesquisas, Rugero pôde concluir que o acordeão esteve ameaçado de extinção, principalmente por falta de interesse da nova geração de músicos, que o julgaram defasado, após a invenção da moderninha sanfona de 12 baixos, que ganhou a fama de ser mais completa.
— Percorremos o Brasil adentro, não há incentivo para a prática da sanfona de oito baixos, que ainda continua restrita às áreas rurais. Pouco existe das grandes festas espontâneas de bailes. Fui convidado para tocar numa festa da parte rica da família de Luiz Gonzaga em Recife, ficaram maravilhados quando toquei músicas de Januário e Luiz Gonzaga. Eles não as conheciam.
O livro, que também será publicado com incentivo da Funarte, trará minuciosos detalhes sobre o panorama atual da relação do brasileiro com o instrumento. Que, segundo Rugero, é muito popular hoje no Sul do país, por conta do músico porto-alegrense Renato Borghetti:
— De Norte a Sul, o ritmo plural da sanfona de oito baixos se faz presente na história. Hoje, ela começa a ganhar a atenção que merece e a contemplação das pessoas, quase o que aconteceu com o choro. Está virando cult, e a tradição agradece.
Além da pesquisa, que virá à tona com o livro e o filme “Com respeito aos oito baixos”, Rugero mantém um blog que reúne material multimidiático sobre o tema:sanfonade8baixos.blogspot.com

http://oglobo.globo.com/zona-sul/respeitem-sanfona-de-8-baixos-de-rugero-6940510

4 de ago. de 2012

Sanfona de 8 baixos de volta

Prezados amigos,

após um longo hiato, estamos de volta com as atividades do blog. Agradeço a compreensão de nossos leitores e entusiastas. Em breve, novidades no ar.

saudações sanfoneiras,

Leonardo Rugero Peres

Hermeto Pascoal - A vida é um show part 13



Parabéns Hermeto! 76 anos de muita luz, inspiração e muito som!!!

24 de jun. de 2012

Relançamentos de uma lenda do forró


Relançamentos de uma lenda do forró

Dois discos de um dos maiores tocadores de oito baixos

Publicado em 24/06/2012, às 06h00

José Teles



Ela abre num tom e fecha em outro, se o tocador não pegar o macete se enrola todo. Tem muito tocador de fole que começa a beber e acaba se complicando. O pior é que não há manual ensinando. Para mim é um instrumento em extinção, porque pouca gente está aprendendo o oito baixos. Eu estou velho para ensinar. Luizinho é que está com ideia de criar uma escola de oito baixos”. A afirmação é do paraibano Zé Calixto, 72 anos. O “Luizinho” a quem ele se refere é o seu irmão e também tocador de oito baixos Luizinho Calixto.
A família Calixto quase toda é de músicos. A história de Zé Calixto é idêntica a de tantos do seus contemporâneos. O pai, seu Dideu, foi músico: “No começo tocava triângulo nos sambas, depois aprendeu sanfona”. Calixto  é considerado um dos maiores tocadores de oito baixos vivo. Porém, embora seja um artista popular, é “cult”, admirado por uma minoria que possui seus discos, quase todos fora de catálogo.
Zé Calixto é uma das provas do descaso de que é alvo o forró. Com exceção de Luiz Gonzaga, cuja obra foi praticamente toda lançada em CD (e voltará a ser lançada em setembro, pela Sony Music), a imensa maioria da discografia do forró encontra-se fora de catálogo, incluindo aí os festejados Jackson do Pandeiro, Marinês e até o
próprio Dominguinhos. A pequena gravadora carioca Discobertas, que vem resgatando o catálogo da extinta Tapecar, trouxe de volta, em CD, dois discos de Zé Calixto, gravados naquela gravadora. Baile em sua
casa (1976) e Num fole de oito baixos (1977).
A Tapecar mantinha um catálogo razoável de forró, com nomes como Bastinho Calixto, Luiz Calixto, Trio Mossoró, Severino Januário (irmão de Luiz Gonzaga) e João Gonçalves, este último grande responsável pela moda do forró de duplo sentido, que começou engraçado e depois perdeu as estribeiras com Zenilton, Assisão e outros menos votados. No caso de Zé Calixto é o mais puro forró possível. São arrasta-pés daqueles que se tocavam em salas de reboco, de fazer poeira levantar. 
O Baile em sua casa tem repertório dividido entre os Calixto, marchinhas de roda, samba de latada, esta a única faixa cantada do disco, voz de Oseás Lopes (mais conhecido como o brega
Carlos André). Num fole de oito baixos, segue a mesma linha de forró para dançar. Estes discos na época eram comprados para animar quadrilhas, e noites juninas numa época cada vez mais distante. Zé Calixto, com maestria, acompanhado de um regional passeia pelo vocabulário do forró, indo de arrasta-pés, a xaxados,, chorinhos, marchinhas de roda.
A maioria estilos que não têm apelo para uma geração que cresceu obedecendo às palavras de ordem das bandas de fuleiragem, que por sua vez, apreenderam o cacoete dos grupos de axé. Dois lançamento que são uma gota d’água num oceano de milhares de discos de forró há anos fora de catálogo.

23 de jun. de 2012

Luizinho Calixto toca choro ao som da sanfona na Praça Rio Branco


PARAÍBA
Sexta-Feira, 22 de Junho de 2012 09h54
Luizinho Calixto toca choro ao som da sanfona na Praça Rio Branco
Fonte: Secom/JP
Texto:
Considerado um dos melhores tocadores da sanfona de oito baixos do Brasil, o campinense Luizinho Calixto, radicado no Ceará, é a atração do ‘Sabadinho Bom’ deste final de semana.
 A apresentação começa a partir das 12h, neste sábado (23), na Praça Rio Branco.
 A realização do evento, que leva o repertório de choro ao Centro da Cidade,
é da Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope).

Luizinho Calixto nasceu em Campina Grande (PB), em 1956. É irmão do
também músico Zé Calixto, ambos de uma família formada por instrumentistas
da sanfona de oito baixos. Caçula, iniciou os estudos do instrumento aos 10 anos.

Ao longo do tempo, alguns ritmos que ainda não tinham sido executados
por sanfoneiros de oito baixos passaram a ganhar espaço nas mãos de Luizinho Calixto.
Esse é o caso do tango, bolero, valsa, bossa nova, além do xote, forró, frevo,
samba, baião, marchinhas juninas e o chorinho, sendo este último o foco principal
no repertório do ‘Sabadinho Bom’ deste final de semana.

Carreira - Durante sua carreira, Luizinho Calixto já gravou 11 álbuns, entre vinil
e CDs. Ele ultrapassou as fronteiras brasileiras e mostrou sua arte também
em países como Portugal, Espanha, França e Argentina. O músico e compositor
tem sucessos gravados por Beto Barbosa, Dominguinhos, Zé Calixto,
 Bastinho Calixto, Magno e outros artistas conhecidos nacionalmente.

Quando morou no Rio de Janeiro, na década de 70, gravou seu primeiro disco
intitulado ‘Vamos Dançar Forró’. Foi também nessa época que teve a
oportunidade de tocar com Sivuca, Dominguinhos, Jackson do Pandeiro e Luiz Gonzaga.

Mais recentemente, Luizinho participou de um encontro internacional de sanfoneiros,
promovido pela Associação de Sanfoneiros do Brasil, em Jaú (SP),
onde se apresentou na companhia do acordeonista italiano Mirco Pattarini.
Além da sanfona de oito baixos, o músico também toca um pouco de acordeom
de 120 baixos, violão, cavaquinho, zabumba, pandeiro, triangulo, agogô e reco-reco.

16 de jun. de 2012

Los Gauchos de Roldán



A região limítrofe entre o Brasil com Argentina e Uruguai, comunga de determinados elementos culturais que perpassam os limites impostos pelas divisas territoriais ou pela língua da colonização. Deste modo, influências se entrecruzam e a identidade "gaúcha" ultrapassa uma linha divisória, sendo o retrato do colono dos frios pampas e sua música, onde a gaita ponto (ou acordeon diatônico) tem um papel crucial na representatividade dos repertórios tradicionais que descrevem alguns contornos da cultura deste lugar, se interpenetram e resultam em códigos e referências culturais que se corporificam em melodias e harmonias, gestos da expressão artística gaúcha. Assim, observo a música de Walter Róldan tão próxima de um Gilberto Monteiro ou de um Renato Borguetti, que a noção divisória se estende além de seus domínios territoriais

11 de jun. de 2012

Sanfona de oito baixos viva!

Por uma sanfona de oito baixos livre...sem fronteiras, em afinação transportada, natural ou o que seja, mineira, nordestina ou gaúcha, sem pátria, universal, transcendente, léguas adiante de nossa vã compreensão...acima de tudo, viva, presente, existente. Meu desejo não é o museu, o bazar de relíquias, não! O que desejo é a língua corrente, o existente, a transmutação.

7 de jun. de 2012

Folia de Reis Estrela D'Alva do Oriente (texto de Leo Rugero)



Há alguns anos atrás, ganhei de presente a coleção de discos compactos produzidos pela FUNARTE  e pelo Ministério de Educação e Cultura, através da Campanha de Defesa do Folclore Brasileiro. Entre a remessa de discos, houve um, em especial, que me despertou a atenção. Se tratava de um compacto de Folia de Reis, gravado na área metropolitana do Rio de Janeiro, gravada em 1971. A começar pela capa, fiquei surpreso com as violas meia-regra e sem ressalto empunhada pelos dois foliões a frente da folia (mestre e contra-mestre), pois, na época (meados da década de 2000) eu estava envolvido com a pesquisa sobre a viola no estado do Rio de Janeiro - o que parecia, à primeira instância, um instrumento à léguas distante da prática musical neste estado. A presença daqueles foliões em plena cidade do Rio de Janeiro me parecia, naquele momento, em uma imagem de um passado distante e irrecuperável. Foi necessário que se passassem alguns anos para que viesse a conhecer mestre Hevalcy da Folia de Reis Sagrada Família da Manguera e, conseqüentemente, viesse a vislumbrar a intrincada rede social que circunda as Folias de Reis fluminenses. 
Embora não apareça na capa, a sanfona de oito baixos desempenhava um papel relevante nesta folia de reis, assim como nas folias de reis do estado do Rio de Janeiro em geral. Como tal, é o instrumento mais destacado desta gravação, secundado por violas, violões e percussões.
Na "Toada de Abertura", temos o estribilho (seção instrumental) alternado com a toada propriamente dita, que são as estrofes cantadas. Os estribilhos são solados pelo sanfoneiro, que utiliza uma sanfona não-identificada em mi bemol/lá bemol. Nesta época, era comum, segundo me explicou mestre Hevalcy, que as folias utilizassem sanfonas propriamente construídas para a folia de reis, a exemplo dos instrumentos confeccionados por Seo Tão de Laranjal. Os textos das toadas são inspirados em versículos bíblicos e podem atingir até mesmo quarenta estrofes. Já a "Chula" corresponde aos versos declamados pelos palhaços, entre as seções instrumentais soladas por sanfona - momento em que o palhaço exibe seus dotes acrobáticos. Cada estrofe declamada, portanto, se alterna com um trecho instrumental de sanfona e percussão. No caso desta gravação, temos o emblemático palhaço "Gigante", que foi um palhaço cultuado das folias de reis do rio de janeiro.  A figura controversa dos palhaços de folia é uma alusão aos soldados de Herodes, arrependidos da função de descobrir os recém-nascidos sob ordem real de varrer do território de Jerusalem aquele que seria o Messias.
"Folia de Reis" constitui hoje um documento histórico, não apenas por retratar o processo de adaptação das folias de reis no contexto migratório dos centros urbanos, bem como por registrar uma folia que não existe mais, a Folia de Reis Estrela D'Alva do Oriente, de mestre Geraldo Teodoro, então localizada no bairro da Penha, zona norte do Rio de Janeiro. A gravação foi realizada no estúdio da Rádio Mauá. Sendo uma cerimônia processional que ocorre num tempo e espaço definido, a adaptação de uma folia de reis ao registro fonográfico não é uma tarefa simples, sendo a folia uma corporificação do próprio trajeto dos três reis magos do Oriente que se dirigem a Belém para conhecer o menino Jesus, através das jornadas às casas dos devotos que invadem o silêncio das madrugadas e irrompem com a algazarra dos palhaços nos albores da aurora...

29 de mai. de 2012

Folia de Reis Sagrada Família da Mangueira - Marcha



Este vídeo foi gravado durante o Encontro de Folias de Reis promovido pela Folia de Reis Sagrada Família da Mangueira, ocorrido no dia 26 de maio de 2012.
A festividade ocorreu na quadra da Mangueira localizada na Candelária. Como explica o músico e pesquisador Daniel Bitter, a Candelária é "uma das sub-regiões do Complexo da Mangueira" que concentra espressivo contingente de mineiros emigrados.
A Folia Sagrada Família tem suas origens históricas em Laranjal, município localizado na mesorregião da Zona da mata mineira. Acompanhando o deslocamento migratório, esta Folia adquiriu novas influências, adequando-se a padrões estético-culturais do novo ambiente em que se fixam seus descendentes. Atualmente coordenada pelo mestre Hevalcy Ferreira da Silva, a Folia de Reis Sagrada Família é um dos grupos da área metropolitana do Rio de Janeiro em plena atividade.
Neste Encontro de Folias de Reis, estiveram presentes outros grupos, não apenas da área metropolitana do Rio de Janeiro, bem como da Baixada Fluminense e da Região dos Lagos.
Estas festas revelam uma expressiva rede social composta por todas as faixas etárias. Cada grupo é normalmente formado por relações de parentesco e vizinhança.
A sanfona tem um papel importante na instrumentação das folias de reis do Rio de Janeiro. É o instrumento responsável pelos solos instrumentais e acompanhamento melódico e harmônico dos estribilhos (seções instrumentais) e das toadas (seções cantadas). De acordo com Bitter, os estribilhos são variações instrumentais utilizadas "para iniciar e terminar uma sequência de versos". Do mesmo modo, a sanfona também é o instrumento solista das marchas instrumentais e/ ou cantadas que acompanham a marcha dos foliões. Por fim, o instrumento é responsável para pontuar as "chulas", que são temas instrumentais em ritmos de samba-rural, calango ou "mazuca" (mazurca) que acompanham a coreografia acrobática dos palhaços. Nos intervalos entre a chegada dos grupos, ocorre o divertimento dos praticantes, no qual os sanfoneiros e alguns percussionistas se reúnem para tocar um repertório de forrós, calangos ou modas caipiras.
Embora os acordeões diatônicos de oito ou doze baixos sejam os instrumentos utilizados tradicionalmente, devido a uma série de fatores, os acordeões-piano tem sido incorporados e começam a prevalecer. Pelo que posso observar, isso se atribui não apenas a menor quantidade de praticantes do acordeom diatônico. A forte intensidade sonora das folias fluminenses - o que se deve à incorporação de instrumentos de percussão das bandas marciais (tal como ocorreu anteriormente no samba) tem exigido instrumentos melódicos de sonoridade mais encorpada. Neste caso, os acordeões-piano normalmente em quartas de voz costumam superar os acordeões diatônicos em segundas ou terças de voz. Para o acompanhamento harmônico também são utilizados intrumentos de cordas como o violão, a viola caipira e o cavaquinho.

Neste vídeo, um trecho da marcha que abriu os festejos promovidos pela Folia de Reis Sagrada Família da Mangueira.


* Referência bibliográfica: Bitter, Daniel. A BANDEIRA E A MÁSCARA - A circulação de objetos rituais nas folias de reis. Rio de Janeiro, 7 Letras, 2008.

Intervalo de folia de reis



Publicado em 29/05/2012 por leorugero

Este vídeo foi gravado durante o Encontro de Folias de Reis promovido pela Folia de Reis Sagrada Família da Mangueira, ocorrido no dia 26 de maio de 2012.
O encontro ocorreu na quadra da Mangueira localizada na Candelária. Como explica o músico e pesquisador Daniel Bitter,* a Candelária é "uma das sub-regiões do Complexo da Mangueira" que concentra grande contingente de migrantes de Minas Gerais.
A Folia Sagrada Família tem suas origens históricas em Laranjal, município localizado na mesorregião da Zona da mata mineira. Acompanhando o deslocamento migratório, esta Folia adquiriu novas influências, adequando-se a padrões estético-culturais do novo ambiente em que se fixam seus descendentes. Atualmente coordenada pelo mestre Hevalcy Ferreira da Silva, a Folia de Reis Sagrada Família é um dos grupos da área metropolitana do Rio de Janeiro em plena atividade.
Neste Encontro de Folias de Reis, estiveram presentes outros grupos, não apenas da área metropolitana, bem como da Baixada Fluminense e da Região dos Lagos.
Estas festas revelam uma expressiva rede social composta por todas as faixas etárias. Cada grupo é normalmente formado por relações de parentesco e vizinhança.
A sanfona tem um papel importante na instrumentação das folias de reis do Rio de Janeiro. É o instrumento responsável pelos solos instrumentais e acompanhamento melódico e harmônico dos estribilhos instrumentais e das toadas cantadas. Também é o instrumento solista das marchas instrumentais e/ ou cantadas que acompanham a marcha dos foliões. Por fim, a sanfona também é responsável para pontuar as chulas, que acompanham a coreografia dos palhaços. Embora os acordeões diatônicos de oito ou doze baixos sejam os instrumentos utilizados tradicionalmente, devido a uma série de fatores, o acordeom-piano de 80 ou 120 baixos tem sido incorporado gradualmente. A princípio, isso tem ocorrido pela raridade de praticantes do acordeom diatônico, o que justifica, inclusive, a colaboração de pessoas externas à folia, a exemplo do meu caso pessoal. Porém, pelo que tenho observado, isso se deve não apenas a menor quantidade de praticantes do acordeom diatônico. A alta intensidade das folias fluminenses - o que se deve à incorporação de instrumentos de percussão das bandas marciais (tal como ocorreu anteriormente no samba), exige instrumentos melódicos de maior intensidade. Neste caso, os acordeões piano normalmente em quartas de voz costumam superar os acordeões diatônicos em segundas ou terças de voz.
Nos intervalos entre a chegada dos grupos, ocorre o divertimento dos praticantes, no qual os sanfoneiros e alguns percussionistas se reúnem para tocar um repertório de forrós, calangos ou modas caipiras.
Neste vídeo, o "esquenta", no qual toquei ao lado de Neguinho (Repique) e Meia-Lua (triângulo), sobre um ritmo de partido-alto com o tema improvisado na hora.



* Referência bibliográfica: Bitter, Daniel. A BANDEIRA E A MÁSCARA - A circulação de objetos rituais nas folias de reis. Rio de Janeiro, 7 Letras, 2008.

27 de mai. de 2012

O homem que ressuscita sanfonas Vanutério dos 8 baixos



"Vanutério dos 8 Baixos é o melhor afinador de sanfonas de 8 baixos que conheço. Conheci esse grande mestre quando ele morava na Zona Leste de São Paulo no Bairro de Cangaíba. O Vanutério me foi apresentado pelo Quinka dos 8 Baixos, pois eu tinha comprado uma sanfona nova e precisava fazer o transporte de afinação para Si Bemol. Atualmente o Vanutério reside na cidade de Rio Claro estado de Alagoas.

O Tico dos 8 Baixos fala com o Vanutério quase todas as semana e ficou sabendo que ele tinha vídeos postados no youtube e me avisou para eu dar uma olhada. Vale a pena conferir." (Everaldo Santana)

24 de mai. de 2012

São João pode ficar sem a sanfona de Arlindo dos Oito Baixos


Esta notícia me deixou um bocado triste... Outro dia desses eu falei com Arlindo por telefone. Ele estava bem. Mas fico feliz sabendo de sua melhora, convocando toda a comunidade da sanfona de oito baixos a orar pela reabilitação do mestre Arlindo.
São João pode ficar sem a sanfona de Arlindo dos Oito Baixos
Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR 
24/05/2012 | 11h36 | Forró


São João pode ficar sem a sanfona de Arlindo dos Oito Baixos. Imagem: Blenda Souto Maior/DP/D.A Press/Arquivo
Blenda Souto Maior/DP/D.A Press/Arquivo

Assista ao vídeo
Confira Arlindo dos Oito Baixos tocando `Buliçoso` na sanfona de oito baixos. Imagens: Carolina Santos/DP/D.A Press

O São João deste ano não vai contar com a maestria da sanfona de Arlindo dos Oito Baixos. É a primeira vez, em mais de 50 anos de carreira, que ele não vai participar dos festejos juninos. O músico de 71 anos está com a saúde debilitada, internado desde o dia 12 de março no Insituto Materno Infantil de Pernambuco - Imip. Hipertenso e diabético há mais de 40 anos, doença que já o deixou cego, Arlindos dos Oito Baixos foi internado por conta de uma unha encravada, que infeccionou. Por conta da diabetes, a infecção foi tão grave que os médicos tiveram que amputar parte da perna esquerda de Arlindo, abaixo do joelho.

Seguindo recomendação dos médicos, Arlindo está sem receber visitas, para evitar o risco de novas infecções. Apesar do estado delicado, a sensação é de que o pior já passou. “Estou melhor. A perna ainda está cicatrizando, mas estou me sentindo bem. O médico diz que devo ter alta até o próximo sábado”, diz o sanfoneiro, por telefone. “Quero sair daqui logo. Tudo em hospital é ruim. Para dormir é ruim, para comer é ruim. Agora tem esse isolamento, ninguém pode me visitar”, diz Arlindo, que recebe no hospital apenas os familiares e já sabe o que fazer quando voltar para casa. “Tô com uma saudade danada do fole!”, conta. “Mas não vou conseguir tocar logo, vou ter que esperar uns dias”, completa.

Arlindos dos Oito Baixos está sendo acompanhado no Imip pela esposa, dona Odete, e pela filha Érica, além de dois dos seus três filhos homens, Raminho da Zabumba e Adilson. Com a saída do hospital, os custos para a família devem aumentar bastante. “Arlindo vive do trabalho dele, se ele está sem tocar, ele não tem dinheiro. Nesses últimos meses, está vivendo do pouco que tinha guardado”, diz o produtor Roberto Andrade, que cuida da carreira do músico há 13 anos. “Por enquanto, está tudo bem, mas não sabemos como vai ser depois”, reforça Érica Macedo, filha de Arlindo.

A cadeira de rodas que o músico vai usar quando deixar o hospital foi doada por um deputado. “Os shows de junho foram cancelados e o único cachê que Arlindo tem para receber é R$700 de uma apresentação que seria feita na abertura das comemorações dos cem anos da Assembleia Legislativa de Pernambuco. Ele já estava internado na data do show, mas a Alepe disse que ia pagar o cachê mesmo assim, para ajudá-lo. Esse dinheiro já está reservado para pagar uma cuidadora quando ele voltar para casa”, conta Roberto. “Arlindo precisa de ajuda”, diz o produtor, que bateu na porta da Fundarpe essa semana para pedir ajuda, e ainda aguarda uma resposta.

De renda fixa, Arlindo só conta com o dinheiro dos direitos autorais de suas músicas, que chega trimestralmente, em cheques que raramente passam dos R$200. Para conseguir dinheiro para Arlindo se manter até ter condições de voltar a a trabalhar - além de tocar, ele é um exímio afinador de sanfonas e também dá aulas - está sendo organizado para o dia nove de junho um grande arraial no Forró de Arlindo, que funciona na casa do músico no bairro de Dois Unidos.
“Conseguimos um pequeno apoio da Prefeitura do Recife, que se comprometeu a pagar os músicos da banda base. Vamos chamar os amigos de Arlindo para cantar”, adianta Roberto. A última festa no Forró de Arlindo foi no dia quatro de março, quando Dominguinhos pediu para ir cantar lá, para ajudar o amigo. Naquele dia, uma semana antes de se internar, o sanfoneiro se sentiu mal e não tocou. A torcida agora é para que Arlindo esteja bem para participar da sua próxima festa.
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Nascido em Sirinhaém, Arlindo morou até a adolescência no Engenho Trapiche. Saiu da cana-de-açucar para cortar cabelos no Cabo de Santo Agostinho. Foi lá que começou a tocar sanfona em bailes, instrumento que aprendeu vendo o pai tocar os Oito Baixos.

Desde 2007, o produtor Roberto Andrade tentou por três vezes incluir, sem sucesso, Arlindo dos Oito Baixos na lista dos Patrimônios Vivos da Fundarpe, que concede uma verba vitalícia de R$750 para pessoas físicas. Apenas três títulos são concedidos por ano.

Foi em um show no Parque de Exposição do Cordeiro que Arlindo conheceu Luiz Gonzaga. Passou 22 anos tocando com o Rei do Baião. “Ele que me fez voltar aos oito baixos. Disse que já tinha sanfoneiro demais, mas ninguém tocava oito baixos. Gravei e na hora de assinar os créditos ele pediu para trocar Arlindo do Acordeom por Arlindo dos Oito Baixos”, lembrou, em entrevista ao Diario no ano passado.

Estão nos planos do produtor de Arlindo o lançamento ainda neste ano de uma coletânea ao vivo, em CD e DVD, para marcar os 50 anos de carreira do sanfoneiro, completados no ano passado.
Por Carolina Santos, do Diario de Pernambuco

20 de mai. de 2012

Leo Rugero - Palestra no SESC Teresópolis

No dia 18 de maio, tive a oportunidade de ministrar a conferência "Uma breve história do acordeom no Brasil" dentro da programação do Encontro de Sanfoneiros de Teresópolis de 2012. O evento, promovido pelo SESC, é uma produção de Cândido Neto, professor, acordeonista e agitador cultural do município serrano.
Devo, mais uma vez, agradecer ao SESC pela excelente logística, que permitiu a exibição de slides e a apresentação de exemplos musicais gravados ou interpretados ao vivo.
Na ocasião, realizei uma sintética abordagem sobre a origem do acordeom, tendo como ponto de partida, o Sheng, instrumento chinês que é reconhecido pelos musicólogos como mais antigo exemplo de uso das palhetas livres, por isso, considerado como precursor do acordeom, que viria a ser patenteado pelo austríaco Cyrill Demian, em 1829.
No Brasil, o acordeom teve, ao menos, duas portas de entrada bastante definidas. Uma no Sul, através da maciça migração italiana, a partir de 1870. Outra, no Nordeste, através da importação de instrumentos de procedência alemã, sobretudo, a partir da virada do Séc.XX.
No Rio Grande do Sul e em São Paulo, as gravações pioneiras de Moisés Mondadori e Giuseppi Reale inauguram a fonografia do acordeom brasileiro, na primeira metade da década de 1910.
A constituição de estilos regionais é um processo que se consolida nas primeiras décadas do Séc.XX em torno do acordeom diatônico, amplamente disseminado entre as populações rurais e de periferias urbanas no contexto dos bailes rurais.
O Acordeom piano se populariza entre as famílias abastadas e atinge seu ápice em meados do séc. XX em torno das academias especializadas no ensino desta modalidade de acordeom. A música impressa em métodos e partituras avulsas destinadas aos estudantes da elite econômica contrasta com a oralidade que permeia as tradições musicais nas quais o acordeom diatônico permanece vigoroso. O Acordeom piano é incorporado por músicos oriundos de práticas musicais tradicionais e recebe novos contornos, a exemplo da gravação vigorosa de "Vira e Mexe" de Luiz Gonzaga, em 1941, que viria a inaugurar a fonografia comercial da sanfona nordestina

Abaixo, algumas imagens do evento.









Sanfonas da Serra

Algumas fotos da apresentação coletiva intitulada "Sanfonas da Serra" que contou com as participações de Alex Wey, Cândido Neto (organizador do evento), André Gandra e Leo Rugero no Encontro de Sanfoneiros de Teresópolis, no dia 18 de maio de 2012. A apresentação foi realizada no Teatro do SESC Teresópolis.
Na platéia, entre tantas pessoas interessantes, devemos ressaltar a presença ilustre de Seu Timbira, um dos raros remanescentes da arte do acordeom diatônico na região Serrana.
Abaixo, algumas fotografias do evento.

Alex Wey, Andre Gandra, Candido Neto, Leo Rugero e Timbira







Zé do Gato

Zé do Gato, nome artístico de Nilson Amaral,  nasceu em Garanhuns, Pernambuco, tendo se radicado no Rio de Janeiro há cerca de 45 anos. Seu irmão, o  Zé da Onça, foi um dos fundadores da Feira de S. Cristóvão. Na virada da década de 70, Zé do Gato foi músico contratado do lendário "Forró do Xavier", localizado em Botafogo, onde hoje se encontra o shooping Rio Sul. Este forró era um importante ponto de encontro da comunidade nordestina, onde também atuaram sanfoneiros como Adolfinho, Luís Sérgio e Severino Januário, sendo este último, irmão de Luiz Gonzaga. Em 75 lançou seu primeiro disco, o trabalho coletivo intitulado "Forró do Arigó", onde também se destacava a participação de seu filho, o prodigioso Maçarico, que na época contava com apenas nove anos. 
Desde então, Zé do Gato gravou mais de uma dezena de LPs e CDs com músicas próprias, inspiradas no manancial gonzagueano. Ao lado da sua esposa Nelci - A Ceci do Gato, mantêm um bazar na Feira de S. Cristóvão, onde 
trabalha sobretudo na compra, venda e conserto de sanfonas.



 Zé do Gato

Leo Rugero, Nelci (Ceci do Gato) e Zé do Gato

Leo Rugero