Além de inventivo acordeonista, Camarão era compositor e professor, sendo um dos poucos mestres que conjugava o aprendizado de tradição oral com a escrita musical, era adepto do método do acordeonista carioca Alencar Terra, fato que só é conhecido por aqueles que com ele estudaram.
Tive a oportunidade de conhecer Camarão em 2009, quando visitei-o em sua residência. Deste primeiro encontro, guardo uma entrevista e algumas fotografias.
Embora tenha sido reconhecido fundamentalmente por sua contribuição como acordeonista e renovador do forró - a primeira "banda"de forró com formação diferenciada, foi um conceito empregado por Camarão nos bailes recifenses da década de 1970, Camarão também era um representante do fole de oito baixos, seu primeiro instrumento.
Seu álbum de estreia, em 1964, intitulado "Lá vai Braza", trazia a baila seu estilo único no fole de oito baixos. Até hoje este disco é uma referência a todos os instrumentistas de fole e se constituiria no único trabalho de Camarão como solista de oito baixos
Em meu livro "Com Respeito aos Oito Baixos"dediquei um subcapÃtulo ao mestre Camarão, baseado em um depoimento do próprio mestre sobre sua vida e com algumas fotografias que ele havia cedido para que fossem publicadas. Abaixo, transcrevo uma passagem do livro "Com Respeito aos Oito Baixos", que, infelizmente, por motivo de força maior, não chegou à s mãos do mestre em tempo hábil.
Na tenra infância aprendeu a desvendar os segredos da sanfona com o pai, o sanfoneiro e afinador Antônio Neto, a quem acompanhava nos bailes do agreste pernambucano. Segundo Camarão, a afinação transportada era localmente denominada de si-bemol.
Alguns anos mais tarde, Camarão ingressaria na Rádio Jornal do Comércio de Caruaru como acordeonista de cento e vinte baixos. Assim como ocorre com outros instrumentistas, Camarão opta pela sanfona de teclado devido aos recursos harmônicos do instrumento. Até que um dia, surge a oportunidade para gravar um disco pela gravadora Rosenblit. No entanto, conforme ressalta o sanfoneiro, “só queriam oito baixos, era na época que estava naquela febre de Zé Calixto, Geraldo Correia, porque vendia muito. As fábricas não queriam acordeonistas, queriam sanfoneiros de oito baixos”.204
Segundo conta o próprio Camarão, ele adquiriu uma sanfona de oito baixos especialmente para a realização do disco. Com o auxÃlio de um cavaquinista, preparou os arranjos do repertório que havia sido composto especialmente para o disco em apenas duas semanas antes das gravações. A gravação foi realizada ao vivo, “em um único dia”. Como resultado desta empreitada, nasceu o emblemático disco “Lá vai brasa” pelo selo Mocambo.
O fato mais intrigante deste trabalho, segundo Camarão, se deve ao fato de que ele utilizou uma sanfona em um sistema de afinação desconhecido. Sendo assim, “as músicas foram feitas para aquele instrumento. Se eu fosse pegar em uma sanfona de oito baixos e tentar tocar aquelas músicas da maneira que eu compus, elas não sairiam”. Depois que o disco foi lançado, Camarão se desfez da sanfona de oito baixos, vindo a escolher o acordeon de cento e vinte baixos como seu instrumento de devoção.
Nas palavras de Camarão, “o oito baixos é um instrumento misterioso. Tem várias afinações e é muito difÃcil de encontrar”. Devido a qualidade intrÃnseca deste trabalho de estreia, Camarão deixou influente contribuição ao instrumento, admirado inclusive por colegas instrumentistas da estirpe de Zé Calixto e Arlindo dos 8 baixos.
Alguns anos mais tarde, Camarão ingressaria na Rádio Jornal do Comércio de Caruaru como acordeonista de cento e vinte baixos. Assim como ocorre com outros instrumentistas, Camarão opta pela sanfona de teclado devido aos recursos harmônicos do instrumento. Até que um dia, surge a oportunidade para gravar um disco pela gravadora Rosenblit. No entanto, conforme ressalta o sanfoneiro, “só queriam oito baixos, era na época que estava naquela febre de Zé Calixto, Geraldo Correia, porque vendia muito. As fábricas não queriam acordeonistas, queriam sanfoneiros de oito baixos”.204
Segundo conta o próprio Camarão, ele adquiriu uma sanfona de oito baixos especialmente para a realização do disco. Com o auxÃlio de um cavaquinista, preparou os arranjos do repertório que havia sido composto especialmente para o disco em apenas duas semanas antes das gravações. A gravação foi realizada ao vivo, “em um único dia”. Como resultado desta empreitada, nasceu o emblemático disco “Lá vai brasa” pelo selo Mocambo.
O fato mais intrigante deste trabalho, segundo Camarão, se deve ao fato de que ele utilizou uma sanfona em um sistema de afinação desconhecido. Sendo assim, “as músicas foram feitas para aquele instrumento. Se eu fosse pegar em uma sanfona de oito baixos e tentar tocar aquelas músicas da maneira que eu compus, elas não sairiam”. Depois que o disco foi lançado, Camarão se desfez da sanfona de oito baixos, vindo a escolher o acordeon de cento e vinte baixos como seu instrumento de devoção.
Nas palavras de Camarão, “o oito baixos é um instrumento misterioso. Tem várias afinações e é muito difÃcil de encontrar”. Devido a qualidade intrÃnseca deste trabalho de estreia, Camarão deixou influente contribuição ao instrumento, admirado inclusive por colegas instrumentistas da estirpe de Zé Calixto e Arlindo dos 8 baixos.
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