Até quando seremos esta linda e trágica Belíndia, dos extremos contrastes socioeconômicos?
Hoje, soube que um emérito sanfoneiro cearense,de noventa anos de
idade, Chico Paes - condecorado com o título de "mestre da cultura",
foi obrigado a vender seu único fole de oito baixos por necessidades
econômicas!
Dói no coração fazer parte de um país que negligencia
sua cultura de tal maneira, não amparando artistas significativos que
circulam à margem da mídia e permitindo que os
mesmos veículos midiáticos se tornem, cada vez mais, a última palavra
em relação à produção cultural, atribuindo valor de mercado ao que
simplesmente desejam atribuir.
Se no Ceará de hoje, o mercado
fonográfico é controlado majoritariamente pelo "forró de plástico" -
também conhecido por "fuleiragem", isto se deve ao simples fato de que
meia dúzia de mega empresários controlam a programação radiofônica das
emissoras de rádio e televisão por todo o estado, ignorando tudo aquilo
que não seja o tesouro sonoro que é produzido e veiculado por suas
empresas.
Como explicar a questão das concessões radiofônicas? Não seria também o caso de uma séria investigação?
Cada vez mais, concordo com as palavras de Maurício Einhorn, que foram
divulgadas por Antonio Carlos Jobim: "A saída do músico brasileiro é o
aeroporto".
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