A propósito do livro de Gorka Hermosa sobre a história do acordeon no séc. XIX, qual foi minha surpresa ao saber, através do próprio autor, que meu primeiro trabalho publicado on-line RUGERO PERES, Leonardo (2008): “A sanfona de oito baixos na música instrumental brasileira”, está entre as obras listadas na bibliografia pesquisada pelo autor. Claro, sinto-me feliz com isso, não apenas devido à natural vaidade decorrente do reconhecimento gradual de minha pesquisa, mas, principalmente, devido a contribuição deste trabalho para a ampliação de estudos sobre o acordeom diatônico no Brasil. Recentemente, em janeiro passado, o pesquisador Paddy League da Universidade de Boston, EUA, esteve no Rio de Janeiro com o propósito de conhecer Zé Calixto, exímo representante da sanfona de oito baixos da região Nordeste. Tendo intermediado o encontro, levei Paddy à Santíssimo, bairro da zona oeste do Rio de Janeiro, para que viesse a conhecer o afamado sanfoneiro paraibano. Tanto eu como Zé Calixto ficamos surpresos ao saber através do afável e talentoso musicologo americano, que os discos de forró instrumental digitalizados e compartilhados por blogs como "Forró em Vinil" e "Sanfona de 8 baixos" são baixados, ouvidos e apreciados na América do Norte, sobretudo entre a comunidade de brasileiros radicados alhures. Se, por um lado, isso é algo que nos felicita, resta ainda saber de que modo o mercado internacional poderá se abrir de forma efetiva para movimentar a ainda fragilíssima economia que envolve o acordeon diatônico no Brasil, salvo exceção à regra de Renato Borguetti, que avança gradualmente em seu reconhecimento enquanto instrumentista de gaita-ponto, sobretudo em países europeus.
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