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1 de jan. de 2011

Robertinho dos 8 baixos

Robertinho dos 8 Baixos é talento, simpatia e realização

Sanfoneiro que integra a Orquestra Sanfônica de Aracaju é filho dos grandes forrozeiros Clemilda e Gerson Filho



Sanfoneiro tem 53 anos, 35 deles dedicados ao fole (Fotos: Alejandro Zambrana)

Robertinho lembra com carinho das viagens que fez com a Orquestra Sanfônica

Por Gilmara Costa
Homem de poucas palavras, voz rouca, fala simples e tão rápida quanto o seu pensamento e os seus dedos sobre a sanfona. Este é Roberto Ferreira da Silva, o Robertinho dos 8 Baixos, filho dos grandes forrozeiros Clemilda e Gerson Filho, que faz parte da geração de sanfoneiros sergipanos que atualmente esquentam os festejos juninos em Sergipe e além fronteiras.
Aos 53 anos de idade, 35 deles dedicados ao fole, Robertinho, também funcionário público, divide o seu tempo entre as atividades no Governo do Estado e a vida artística. Nas duas funções, o sanfoneiro mantém a alegria do menino apaixonado por música que ganhou seu primeiro instrumento, aliada à experiência do instrumentista que domina com excelência a sanfona de oito baixos, tocada por poucos.
Tal balaio de simpatia, talento e gosto pelo que faz pode ser conferido na performance de Robertinho durante as apresentações da Orquestra Sanfônica de Aracaju (ORSA), quando o soar de 26 sanfonas cantam e encantam multidões. "É uma alegria imensa fazer parte da Orquestra. Sou feliz no que faço e gosto de estar perto do público. Assim, após duas canções, vou para o meio do povo, toco e danço com eles, sem largar o fole nem perder a afinação. Onde nos apresentamos, o pessoal nos recebe muito bem e aplaudem o nosso trabalho", afirma orgulhoso.
Integrante da ORSA desde o início, em 2007, Robertinho não esconde a satisfação de fazer parte dela, e revela com um largo sorriso os lugares por onde já passou levando o som de Sergipe e espalhando sua alegria. "Já conheci muito lugar nesse Brasil com minha mãe, mas a Orquestra tem me possibilitado revisitar as cidades do Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Juazeiro da Bahia, onde participamos de um grande encontro de sanfoneiros no ano passado. E tudo indica que voltaremos lá novamente este ano. Um lugar que me marcou bastante foi Brasília. Lá as pessoas nos receberam de forma tão carinhosa que me encantou", conta o safoneiro.
Sem maiores pretensões na carreira artística, Robertinho afirma estar realizado na sua vida profissional e que não tem planos de gravar CD nem outros projetos, a não ser o de continuar a tocar a sua sanfona de 8 de baixos e ensinar a arte à nova geração de sanfoneiros. "Graças a Deus estou satisfeito. Minha tarefa está bem cumprida. É um imenso prazer tocar na Orquestra. Tem coisa melhor do que 26 músicos ganhando dinheiro o ano todo e divulgando a o nosso trabalho?", diz realizado.
"Vale destacar que temos quatro sanfoneiros, inclusive eu, que ensinam pessoas carentes na Escola Valdice Teles e quatro desses alunos já estão na Orquestra. Esse é o nosso intuito, colocar cada vez mais gente na Orquestra. E é dessa forma que ficamos felizes, porque fazemos aquilo que gostamos de verdade", resume Robertinho.
Forró Caju 2010
Na abertura do Forró Caju 2010, no dia 18 de junho, o balaio de simpatia e animação de Robertinho dos 8 baixos poderá ser conferido em dois momentos. Primeiramente, ele se apresenta ao lado da sua mãe Clemilda, no palco Luiz Gonzaga. "Ela esteve um pouco doente, mas jamais perderia essa grande festa. Há 50 anos fazendo esse evento, ele jamais deixaria de participar este ano", afirma o sanfoneiro.
Logo em seguida, sem arredar o pé do palco Luiz Gonzaga, Robertinho se apresenta com a Orquestra Sanfônica de Aracaju, que promete esquentar a primeira noite do Forró Caju. "Será, com certeza, mais uma linda festa, com muito forró e animação", acrescenta.
Marinete 
E este ano, os festejos juninos têm um gostinho a mais para Robertinho dos 8 baixos. Isso porque ele comemora uma década de agitação na Marinete do Forró, que leva turistas e aracajuanos num tour pelos principais pontos turísticos da cidade ao som do autêntico forró pé-de-serra. "É um momento bacana e fazer parte disso há 10 é uma grande alegria. Com já disse, sou muito feliz e realizado pelo trabalho que faço", arremata Robertinho.


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