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LEO RUGERO E A HOMENAGEM AO SANFONEIRO GERALDO CORREIA: O JOÃO GILBERTO DA SANFONA DE 8 BAIXOS

 http://www.neyvital.com.br/2020/09/leo-rugero-e-homenagem-ao-sanfoneiro.html


Matéria publicada originalmente no canal de Ney Vital Guedes


LEO RUGERO E A HOMENAGEM AO SANFONEIRO GERALDO CORREIA: O JOÃO GILBERTO DA SANFONA DE 8 BAIXOS

 

Leo Rugero é Bacharel em violão clássico pelo Conservatório Brasileiro de Música e Mestre em Musicologia pela Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Léo Rugero, é hoje uma referência no Brasil quando o assunto é sanfona de oito baixos.

Além dos estudos práticos e teóricos que tem desenvolvido com esse instrumento, Léo Rugero é autor do aclamado livro “Com respeito aos 8 baixos – Um estudo etnomusicológico sobre o estilo nordestino da sanfona de oito baixos”, que faz um apanhado da estrutura que mantém viva essa tradição os aspectos materiais e imateriais da cultura nordestina.

Confira texto homenagem pela passagem/morte do sanfoneiro Geraldo Correia:

No domingo, 13 de setembro, faleceu em Campina Grande, o exímio folista Geraldo Correia, um expoente do fole de oito no Estado da Paraíba.

Fiz um vídeo realizado no dia 03 de dezembro de 2018, durante uma visita à casa de Geraldo Correia, acompanhado por Luizinho Calixto. Na ocasião,embora estivesse debilitado fisicamente, nem por isso furtou-se a executar alguns choros no fole de oito baixos, com sua interpretação sempre envolvente. Ficamos conversando por algumas horas, acompanhados pela equipe de pesquisa e filmagem do projeto de Mapeamento do Fole de Oito Baixos no Estado da Paraíba, em parceria pelo IPHAN e Balaio Nordeste. Infelizmente, as imagens deste acervo ficaram restritas e só restou em meus arquivos estas filmagens que realizei despretensiosamente, no intuito de registro pessoal. 

Conheci Geraldo Correia em 2009 durante a pesquisa de campo de minha etnografia "Com Respeito aos Oito Baixos", que conquistaria em 2012 os prêmios "Produção Crítica em Música" e "Prêmio Centenário de Luiz Gonzaga", ambos pela FUNARTE.

Uma verdadeira lenda do fole de oito baixos, ao lado de Zé Calixto, era o último remanescente da geração de folistas da Paraíba que se consagrariam como solistas no mercado fonográfico e radiofônico na década de 1960. 

Começou a tocar fole de oito baixos na infância, influenciado pelo irmão mais velho, Severino Correia, conhecido por ter sido uma das referências mais conhecidas do fole paraibano em sua era pré-fonográfica, da qual dispomos de escasso acervo.

Através do irmão, teve aproximação com Jackson do Pandeiro, que se tornaria o produtor artístico de seu primeiro lp, através de contrato com a gravadora Philips. "Um baixinho e sua oito baixos", lançado em 1964.

A fase mais profícua de sua carreira compreende 1965 à 1980, quando gravou através da Philips, passando posteriormente para a Cantagalo e, finalmente, a gravadora Copacabana. 

Também era reconhecido por seus dotes como artesão, sendo customizador de seus próprios instrumentos, a exemplo de Adolfinho e Zè Calixto, numa época em que os folistas tinham que ser os artesãos de seus próprios instrumentos, dado a escassez de mão de obra especializada para a realização da afinação transportada e dos ajustes necessários ao estilo nordestino.

Segundo Luizinho Calixto - maior expressão do fole de oito baixos em atividade profissional, Geraldo Correia, ao lado de Zè Calixto, foi o maior intérprete de fole de oito baixos que o Brasil conheceu. Estamos certos disso e basta ouvir seu trabalho antológico para atestar a relevância deste artista. 

Conhecido por ser uma pessoa reclusa, Geraldo Correia não era um artista extrovertido, o que fez com que certa vez eu tenha escrito que ele era o "João Gilberto dos Oito Baixos", expressão que foi utilizada por outras pessoas que escreveram sobre o sanfoneiro. No entanto, sempre tive a sorte de ser recebido por ele com amizade.

Sem dúvida, Geraldo Correia deixará saudades. O som de seu fole de oito baixos ecoará por muito tempo em nossas memórias, despertando afetos e nos ensinando a desbravar as curvas e esquinas do complexo fole de oito baixos paraibano, através de seus forrós inesquecíveis e suas belas interpretações de choros antológicos. 

Esteja em paz, amigo Geraldo Correia, obrigado pelo maravilhoso legado artístico que deixou na memória cultural paraibana.

17 de set. de 2020

Zé Calixto Polquinha Brejeira





Realizei essa despretensiosa filmagem em 2016, na varanda da residência de Zé Calixto, no bairro de Santíssimo, RIo de Janeiro. Na ocasião, Calixto estava finalizando o transporte e acabamento de um fole Hohner, e passamos a tarde ouvindo os testes realizados para que tivesse certeza de que o serviço estava bem realizado. Zé Calixto, além de exímio sanfoneiro, também era um hábil artesão, conhecido por seu refinamento na arte da afinação de foles de oito baixos.

Neste vídeo, ele interpreta "Polquinha Brejeira", uma das músicas que eram tocadas por seu pai, Seu Dideus, e que foram eternizadas nas mãos do "poeta da sanfona".

15 de set. de 2020

Carlinhos dos Oito Baixos - Quadrilha no Arraiá







Embora seja mais conhecido como artesão e comerciante de foles e sanfonas no Estado da Paraíba, Carlinhos dos Oito Baixos é um excelente instrumentista. Irmão de Abdias de Novo e sobrinho do lendário Abdias dos Oito Baixos, Carlinhos conhece bem o repertório de seu tio Abdias e de seu avô, sendo uma verdadeira biblioteca viva do fole. Com sua espantável agilidade, acredito que Carlinhos é um instrumentista que deveria ser mais conhecido e divulgado. Tive oportunidade de conhecê-lo em 2018, durante a pesquisa de campo do projeto de Mapeamento do Fole de Oito Baixos, do qual fui coordenador técnico. Nessa pesquisa, estive acompanhado pelo antropólogo Darllan da Rocha e pelo musicólogo Erivan Araújo. Foi uma satisfação conhecer Carlinhos e logo nos tornamos bons amigos. Como o resultado deste projeto permanece incubado, por minha própria conta, estarei divulgando alguns vídeos de mero registro etnográfico através deste canal.

Neste vídeo, Carlinhos interpreta a música "Quadrilha no Arraiá", gravado em disco por Abdias em 1960.

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Geraldo Correia (15/01/1924 - 13/09/2020





 Hoje, 13 de setembro, faleceu em Campina Grande, o exímio folista Geraldo Correia, um expoente do fole de oito baixos paraibano.Faleceu hoje em Campina Grande, o sanfoneiro Geraldo Correia, um dos expoentes do fole de oito baixos no Estado da Paraíba.
Este vídeo foi realizado no dia 03 de dezembro de 2018, durante uma visita que fiz à casa de Geraldo, acompanhado por Luizinho Calixto. Na ocasião, já debilitado fisicamente, nem por isso, furtou-se a executar alguns choros no fole de oito baixos, com sua interpretação sempre envolvente. Ficamos conversando por algumas horas, acompanhados pela equipe de pesquisa e filmagem do projeto de Mapeamento do Fole de Oito Baixos no Estado da Paraíba, em parceria pelo IPHAN e Balaio Nordeste. Infelizmente, as imagens deste acervo ficaram restritas e só restou em meus arquivos estas filmagens que realizei despretensiosamente, no intuito de registro pessoal.
Conheci Geraldo Correia em 2009 durante a pesquisa de campo de minha etnografia "Com Respeito aos Oito Baixos", que conquistaria em 2012 os prêmios "Produção Crítica em Música" e "Prêmio Centenário de Luiz Gonzaga", ambos pela FUNARTE.
Uma verdadeira lenda do fole de oito baixos, ao lado de Zé Calixto, era o último remanescente da geração de folistas da Paraíba que se consagrariam como solistas no mercado fonográfico e radiofônico na década de 1960.
Começou a tocar fole de oito baixos na infância, influenciado pelo irmão mais velho, Severino Correia, conhecido por ter sido uma das referências mais conhecidas do fole paraibano em sua era pré-fonográfica, da qual temos pouquíssimo acervo.
Através do irmão, teve aproximação com Jackson do Pandeiro, que se tornaria o produtor artístico de seu primeiro lp, através de contrato com a gravadora Philips. "Um baixinho e sua oito baixos", lançado em 1964.
A fase mais profícua de sua carreira compreende 1965 à 1980, quando gravou através da Philips, passando posteriormente para a Cantagalo e, finalmente, Continental.
Também era reconhecido por seus dotes como artesão, sendo customizador de seus próprios instrumentos, a exemplo de Adolfinho e Zè Calixto, numa época em que os folistas tinham que ser os artesãos de seus próprios instrumentos, dado a escassez de mão de obra especializada para a realização da afinação transportada e dos ajustes necessários ao estilo nordestino.
Segundo Luinho Calixto, Geraldo Correia, ao lado de Zè Calixto, foi o maior intérprete de fole de oito baixos que o Brasil conheceu. Estamos certos disso e basta ouvir seu trabalho antológico para atestar a relevância deste artista.
Conhecido por ser uma pessoa reclusa, Geraldo Correia não era um artista extrovertido, o que fez com que certa vez eu tenha escrito que ele era o "João Gilberto dos Oito Baixos", expressão que foi utilizada por outras pessoas que escreveram sobre o sanfoneiro. No entanto, sempre tive a sorte de ser recebido por ele com amizade.
Sem dúvida, Geraldo Correia deixará saudades. O som de seu fole de oito baixos ecoará por muito tempo em nossas memórias, despertando afetos e nos ensinando a desbravar as curvas e esquinas do complexo fole de oito baixos paraibano, através de seus forrós inesquecíveis e suas belas interpretações de choros antológicos.


Esteja em paz, amigo Geraldo Correia, obrigado pelo maravilhoso legado artístico que deixaste à cultura nordestina!!!

9 de set. de 2020

De volta ao blog!

 Olá amigos,


Depois de algum tempo em que estive ausente das atividades do blog sanfonade8baixos.blogspot.com, estarei retomando o canal, consertando alguns links quebrados, estabelecendo novas conexões e trazendo novidades por aí, sempre no intuito de divulgar o fole de oito baixos e estabelecer um canal de divulgação e compartilhamento de conhecimemtos para este instrumento


Sejam benvindos!