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28 de mar. de 2012

Téo dos oito baixos


Ainda não conheço pessoalmente a maior parte dos sanfoneiros residentes em São Paulo. Porém, graças aos esforços de Everaldo Santana em realizar postagens com performances destes instrumentistas, tem sido possível conhecer o expressivo contingente de sanfoneiros de oito baixos provindos do Nordeste que residem em São Paulo. A música que é praticada por estes músicos andou praticamente subterrânea desde a mudança ocorrida na cena dos forrós na virada da década de 1990, em que a música instrumental perdeu a importância substancial que representava outrora. 
Recentemente, estes sanfoneiros começaram a se reunir novamente, sobretudo com os esforços de Lene dos oito baixos, que possui uma casa de shows, algo que, indubitávelmente, favoreçe o encontro e a divulgação do trabalho destes sanfoneiros. Tico dos oito baixos, sanfoneiro e taxista, têm registrado apresentações de sanfoneiros em São Paulo desde a década de 1980. Parte destas filmagens tem sido digitalizada por Everaldo e gentilmente disponiblizada no youtube. Neste material precioso, é possível observar algumas imagens antológicas de um capítulo pouco registrado na história da música nordestina urbana, sobretudo aquela praticada no contexto dos cidadãos emigrados nas capitais do Rio de Janeiro e São Paulo.
Espero, em breve, visitar São Paulo, (apesar de ter sido criado no Rio de Janeiro, nasci em Santo André no seio de uma família de imigrantes italianos e espanhóis). Nesta viagem que anseio realizar em breve, espero conhecer um pouco desta intensa rede social formada por sanfoneiros e apreciadores da arte da sanfona nordestina.

27 de mar. de 2012

sanfonade8baixos.blogspot.com - três anos online

Há três anos atrás, resolvi criar um blog dedicado ao acordeom diatônico, em especial ao tipo específico constituído por oito botões na mão esquerda, popularizado como sanfona de oito baixos. 
A idéia inicial consistia em desenvolver um pequeno caderno de notas, com notícias, informações, passagens de minha pesquisa de campo e compartilhamentos de videos, discos raros, artigos e opiniões, motivado pela escassez de informações acerca do acordeom diatônico brasileiro. No ano anterior, em 2008, eu já havia contribuído com o artigo "A sanfona de oito baixos e a música instrumental", amplamente compartilhado na rede. Porém, o formato jornalístico do blog, em que as páginas e manchetes se sucedem, pareceu-me o formato ideal para prosseguir.
 Aos poucos, um conjunto de leitores assíduos do blog foram surgindo, e não apenas como passivos visualizadores. Alguns  destes leitores se tornariam eventuais colaboradores, fornecendo acervos e sugerindo temas.
Através do blog, tenho conhecido diversas pessoas, por algum motivo ligadas ao fole de oito baixos: apreciadores, praticantes, profissionais, amadores, radialistas, repórteres, acadêmicos. Enfim, posso afirmar que este pequeno espaço superou em muito minha tímida expectativa inicial.
De agora em diante, aumenta nossa responsabilidade, a partir do momento em que este blog se tornou uma linha divisória em relação ao acordeom diatônico brasileiro, ao menos à nível da Internet.
Porém, aindo sentimos falta de estabelecer contato regular com uma quantidade maior de leitores do blog, no intuito de tornar ainda mais coesa esta rede. Embora a sanfona, fole ou gaita-ponto já tenha se tornado um assunto frequente e menos inesperado do que outrora, ainda nos parece um pouco frágil a canalização desta produção. Precisamos pensar coletivamente em estratégias de divulgação, distribuição e comercialização de produtos relacionados ao acordeom diatônico brasileiro. 
Fico feliz com este terceiro ano de atividade e espero continuar honrando a camisa dos oito baixos brasileiros!

25 de mar. de 2012

3 anos de sanfona de 8 baixos!

Amanhã! Aguardem!


Edição comemorativa do terceiro ano do blog sanfonade8baixos.blogspot.com

22 de mar. de 2012

Sonora Brasil - Sotaques do fole

Neste ano, prossegue o projeto Sonora Brasil, uma iniciativa do SESC  Nacional, de imensa importância para a música brasileira. Através do projeto, são realizadas apresentações de eminentes representantes de diferentes temas, escolhidos bienalmente. No biênio 2011/2012, temos os projetos "Sagrados Mistérios: vozes do Brasil", dedicado a diferentes expressões  e "Sotaques do fole", como indica o título, uma pequena representação da vasta expressão dos acordeões no Brasil.
Como explica o texto de apresentação do projeto, "ˆSotaques do fole apresenta o acordeão em suas variantes regionais ligadas a tradição oral", estabelecendo um contraponto com a escassa produção de música de concerto dedicada ao instrumento. Deste modo, foram escolhidos Gilberto Monteiro, Truvinca, Dino Rocha e o duo Tagliaferri/Kramer. Como parte do projeto, foi elaborado um livro com a apresentação do projeto, um excelente artigo escrito por Leda Dias e as descrições dos artistas envolvidos.

gaita-ponto

Em toda a região Sul, o termo "gaita" se consagrou como designação mais utilizada para os acordeões. Gaita-ponto é o termo correntemente utilizado para o acordeom diatônico e cromático de botões. Gaita-pianada é o acordeom piano.
Gilberto Monteiro é uma das expressões de maior destaque da gaita-ponto no Rio Grande do Sul. Para este projeto, preparou um repertório específico, baseado nas danças tradicionais que envolvem o baile gaúcho.

fole de oito baixos

Certa vez, conversava com Zé Calixto, quando ele me disse que no seu tempo de infância, o pequeno acordeom diatônico era conhecido como "fole de oito baixos" ou, simplesmente, "fole". No Rio de Janeiro, cidade que sediou as intensas produções fonográficas voltadas ao mercado nordestino à partir da década de 1950, o fole virou "sanfona".
 Heleno Pereira dos Santos, apelidado por Zé Calixto de "Truvinca" (sinônimo de cachaça), é um sanfoneiro pernambucano, que como ele mesmo já me disse, representa o estilo "pé duro" dos sanfoneiros do sertão pernambucano, sobretudo da microregião que envolve a bacia hidrográfica do Pajeú. Entre as centenas de músicos nordestinos emigrados, atuou profissionalmente no famoso "forró  66" e gravou um LP na virada da década de 1980. Trabalhou como porteiro em Copacabana, e tendo recentemente se aposentado, retomou suas atividades profissionais de sanfoneiro, o que, aliás, nunca deixou completamente.

Dino Rocha e o chamamé

Dino Rocha, "o rei do chamamé" é um destacado acordeonista matogrossense, que absorveu os ecos da música da região cisplatina em seu estilo, representando a adaptação local para o Chamamé correntino.
O acordeom e a música de câmara

Por fim, o duo formado por Toninho Ferraguti e Bebê Kramer preparou especificamente para o evento, um programa com uma perspectiva de levantamento de uma produção acadêmica para o acordeom piano.


Este ano, o "Sotaques do fole" percorrerá as unidades do SESC nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Aos amigos destas regiões, fiquem atentos a programação, quem sabe, um destes artistas possa estar aportando por vossa cidade...

19 de mar. de 2012

Daltro Vieira Oficial

O acordeonista catarinense Daltro Vieira acaba de lançar um canal no youtube, http://www.youtube.com/user/DALTROVIEIRAOFICIAL, no qual foram postados alguns videoclipes que exibem a passagem do músico por diferentes cidades do mundo. Os clipes foram filmados em cidades históricas brasileiras como Rio de Janeiro e Salvador, na metrópole paulistana e também em importantes cartões postais como Atenas, na Grécia, o Estreito de Gibraltar e a longinqua Kotor, em Montenegro. 
Os videos são divididos em duas partes: na primeira, imagens da cidade com uma trilha sonora incidental e depois, as performances do músico, que toca caminhando com seu acordeom por estes lugares. As músicas de Daltro revelam um estilo peculiar,  com influências diversas e um leve toque jazzistico nas harmonizações. 

18 de mar. de 2012

Leo Rugero - videoconferência no SESC

No dia 14 de março, tive a oportunidade de ministrar uma videoconferência promovida pelo SESC, dentro do projeto Sonora Brasil. O evento ocorreu na sede nacional do SESC, na Barra da Tijuca.
Na ocasião, abordei brevemente a história do acordeom, a divisão entre acordeões diatônicos e cromáticos, a difusão do instrumento no Brasil  e a influência exercida pela sanfona de oito baixos na formação dos repertórios tradicionais da gaita-ponto gaúcha, do fole de oito baixos nordestino e a sanfona do calango mineiro. Na ocasião, me utilizei de fotografias e arquivos de áudio, além de breves performances explicativas. 
Em virtude da conferência ter sido transmitida ao vivo para unidades do SESC em diferentes pontos de todo o país, foi possível estabelecer o diálogo com o público, através de perguntas realizadas na parte final.
Mais uma vez. agradeço ao SESC pela oportunidade, sobretudo aos técnicos envolvidos na concepção e realização deste projeto.
Lembrando que o Sonora Brasil prossegue neste ano, com apresentações de Gilberto Monteiro, Truvinca, Dino Rocha e o duo Toninho Tagliaferri e Bebê Kramer. Fiquem de olho!
Abaixo, algumas fotografias da filmagem.




12 de mar. de 2012

Arlindo dos oito baixos


12/03/2012 06h57 - Atualizado em 12/03/2012 07h19

'Só tenho coisa boa para falar', diz Arlindo dos 8 Baixos sobre o Recife

No aniversário da capital, sanfoneiro recorda como a cidade o acolheu.
Nascido no Litoral Sul do estado, ele completa 70 anos de idade, em abril.

Do G1 PE
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Arlindo dos 8 Baixos fez fama no Recife (Foto: Luna Markman/G1)Nascido em Sirinhaém, Arlindo dos 8 Baixos
adotou o Recife para viver (Foto: Luna Markman/G1)
Nesta segunda-feira (12), o Recife completa 475 anos. Reconhecida como um dos berços da cultura musical do Brasil, onde muitas pessoas encontram o espaço ideal para dar vazão à sua arte, a homenagem à capital pernambucana chega por meio de um instrumentista que escolheu esta cidade para morar. Há quase 50 anos, o sanfoneiro Arlindo dos 8 Baixos deu uma virada na vida ao aceitar trabalhar cortando cabelo em uma barbearia no bairro de Água Fria, na Zona Norte. Depois desse passo, muita coisa aconteceu e até turnês com Luiz Gonzaga fazem parte dessa história - que é longa, vai fazer 70 anos em abril e começa com outro tipo de corte: o da cana-de-açúcar.


Nascido Arlindo Ramos Pereira, no dia 16 de abril de 1942, no povoado de Santo Amaro, em Sirinhaém, Mata Sul de Pernambuco, logo criança sentiu nas mãos as dores da enxada, plantando e cortando cana-de-açúcar em um engenho da região. Mas também descobriu com elas outra habilidade: tocar sanfona. Aos dez anos, teve o primeiro contanto com a de 8 baixos, que pertencia ao pai - mas ele não incentivava o filho. Pelo contrário, escondia o instrumento do menino, que levava bronca se fosse encontrado mexendo na sanfona.
Não teve jeito. Arlindo apredeu a tocar sozinho, vendo os outros executarem as notas, e tomou gosto pela sanfona, até que ganhou uma do pai, que não se opunha mais ao talento do filho. No entanto, a música era apenas diversão. A vida era dura no campo. Quando Arlindo aprendeu a cortar cabelo, deixou o arado. Mas a sorte dele só começou a mudar na adolescência, quando um tio o convidou para morar em Ponte dos Carvalhos, no Cabo, cidade do Grande Recife. Lá, trabalhava em uma barbearia e, entre um cliente e outro, pegava a sanfona para treinar. No repertório, forró, tango, chorinho, xote, marchinha e cumbia.
E, assim, foi atraindo a atenção de quem passava, até surgirem convites para tocar em pequenas festas. Pouco tempo depois, um amigo disse que, no Recife, ele conseguiria um emprego semelhante. Aos 23 anos, estava empregado em um salão na Avenida Beberibe, em Água Fria, e morando no Fundão, bairro vizinho. Lá, as “tocadas” nos intervalos do serviço e em eventos continuaram. O que mudou foi a plateia. “Aqui, comecei a abrir meu círculo de amizades. Conheci outros artistas, radialistas. Fui chamado para dar entrevistas na rádio. Até que me convidaram para entrar na banda Coruja e seus Tangarás”, contou.
Na sala onde afina acordeom, a foto do mestre Luiz Gonzaga (Foto: Luna Markman/G1)Na sala onde afina os acordeons, a foto do mestre
Luiz Gonzaga (Foto: Luna Markman/G1)
Gonzaga
Arlindo integrou o grupo, que imitava os cangaceiros de Lampião, por apenas quatro anos. Porém, o tempo foi suficiente para viajar por todo o Brasil fazendo shows. Mas foi no Recife que ele conheceu o homem que daria uma guinada na carreira dele: Luiz Gonzaga. A banda abriu a apresentação do Rei do Baião, no Parque de Exposições do Cordeiro. “Eu nunca tinha visto ele pessoalmente. Fiquei na frente do palco para ver bem de pertinho. Quando a cantora Marinês foi fazer uma participação especial, Gonzaga disse que não estava acostumado a acompanhar ninguém. Ai, Coruja me ofereceu”, disse.
O sanfoneiro tocou três músicas. Depois, mais duas, na participação de Waldick Soriano. “No fim do show. Gonzaga chegou para mim e falou: ‘não pare de tocar, você tem jeito para o negócio’. Coruja, ‘enxerido’ que era, ainda comentou com Gonzaga que eu sabia afinar sanfona. No dia seguinte, ele apareceu na minha casa. Eu nem acreditei quando o vi. Afinei o instrumento e não quis cobrar, mas ele queria me ajudar e deu para minha mulher, no valor de hoje, cerca de R$ 1 mil, dinheiro que eu não ganharia em um mês."
Arlindo dos 8 Baixos, apelido dado por Gonzagão que carrega até hoje (Foto: Reprodução)Arlindo dos 8 Baixos, apelido dado por Gonzagão
que carrega até hoje (Foto: Reprodução)
A partir de então a amizade só fez crescer. Arlindo começou a acompanhar Luiz Gonzaga em turnês pelo país. Um dia comentou com o mestre Lua a vontade de gravar um disco. “Disse a ele que via a ‘cara’ dos meus amigos todos nas capas de álbuns. Foi quando ele me aconselhou a trocar a sanfona pelo fole de 8 baixos, porque sabia que as gravadoras já estavam cheias de sanfoneiros.” Assim, em 1981, surgiu o disco “Arlindo dos 8 Baixos, Mestre do Beberibe”, com o apelido que o artista carrega até hoje.
Aos domingos, o Forró do Arlindo recebe até 200 pessoas (Foto: Luna Markman/G1)Aos domingos, o Forró do Arlindo recebe até 200
pessoas (Foto: Luna Markman/G1)
Foram 22 anos de parceria com Gonzagão até construir uma carreira própria, que, em 2012, completa 50 anos. O caminho é recheado com 18 discos e mais de 200 músicas gravadas – a maioria instrumental. O último trabalho foi lançado ano passado, o álbum “Oito Baixos no Frevo”. Há dez anos, o artista também mantém no quintal de sua casa, em Dois Unidos, periferia do Recife, o Forró do Arlindo. A festa ocorre todos os domingos. “Naquela época, não tinha um forró na cidade. Então, resolvi fazer um aqui mesmo. O chão era de terra, não tinha coberta, mas o povo gostou. Se eu quiser parar agora, não consigo mais. Hoje, todo mundo diz que eu mudei a cara do bairro, que era tido como muito violento”, comentou.
AdmiraçãoO que impressiona em Arlindo é a disposição de continuar tocando e animando os finais de semana do Recife. Há cerca de anos, ele perdeu a visão por causa da diabetes. A doença o leva três vezes por semana ao Instituto Materno Infantil Professor Fernando Figueira (IMIP) para um tratamento que inclui sessões de hemodiálise. O artista também sofre com uma alergia nas mãos, logo elas. A causa do mal ainda não foi descoberta. Em época de crise, a pele coça e ele não resiste. Chegar a sangra e ficar inchada. E a sanfona sente saudade.
Dominiguinhos e Arlindo 8 Baixos em cena do filme 'O milgare de Santa Luzia'. (Foto: Divulgação)Dominiguinhos e Arlindo 8 Baixos em cena do filme
'O milgare de Santa Luzia'. (Foto: Divulgação)
“Ele é um dos melhores tocadores de 8 baixos do país. Mesmo com suas dificuldades, ele continua trabalhando. É um excelente afinador de sanfona, que é uma coisa muito difícil. Ele também vem mantendo uma regularidade grande com esse instrumento, que as pessoas não querem aprender, ajudando a manter viva essa tradição”, elogia o instrumentista e cantor pernambucano Dominguinhos.


No âmbito familiar, também só há elogios para Arlindo, que três filhos. “Ele é um pai maravilhoso, amigo, não tem defeito”, diz a filha Érika Macêdo, 29 anos. Os outros dois, Adílson e Arlindo, 40 e 41 anos, respectivamente, também se tornaram músicos e tocam bateria e contrabaixo, respectivamente. A esposa Odete Macêdo, 64 anos, não esconde o jogo e aponta, sim, um defeito do marido, com o qual está casado há mais de 40 anos. “Ele era muito namorador, boa vida, mas a gente supera. Tudo que temos na vida foi por causa da luta dele”, falou.


E a luta de Arlindo dos 8 Baixos foi vencida no Recife. “Desde que eu vim para cá, tudo mudou na minha vida. Lá, onde eu nasci, cortava cana. Não era ninguém. Aqui todo mundo me respeita muito. Só tenho coisas boas para falar daqui. Só sinto falta de ver os circos, os mamulengos, os caboclinhos, as cores do carnaval. As pessoas têm que valorizar isso", finalizou.


Serviço
Forró do Arlindo
Avenida Hidelbrando de Vasconcelos, 2900, Dois Unidos.
Aos domingos, a partir das 17h
Preço: R$ 10 - policial, músico e imprensa entra de graça
Telefone: (81) 3443-9147.

11 de mar. de 2012

ANTONIO DA MUTUCA



Saudades do amigo Antônio da Mutuca, êita sanfoneiro arretado...

6 de mar. de 2012

Quinka dos 8 Baixos - Na Casa do Téo dos 8 Baixos




Enviado por eversantana123 em 01/03/2012
Mais um vídeo do baú do tico dos 8 Baixos. O saudoso Quinka dos 8 Baixos participa de uma festa de aniversário na casa do Téo dos 8 Baixo; depois o Quika toca no bar do Beto junto com o Téo dos 8 Baixos. O Téo dos 8 Baixos ainda hoje organiza forrós; atualmente ele faz forró no bairro do Belém na Zona Leste da Grande São Paulo, próximo ao antigo salão do Pedro Sertanejo.

4 de mar. de 2012

Chasque Nativo - o retrato da tradição gaúcha


Chasque Nativo - o retrato da tradição gaúcha
Folha do Oeste
2/3/2012 09:49:12
ALMOÇO
O Departamento Artístico do CTG Porteira Aberta, por meio de suas Invernadas de danças, 
realizará dia 10/03, um Almoço. informações com os coordenadores artísticos e na secretaria 
do CTG (3622-4204).      

JANTAR EM HOMENAGEM
O CTG Porteira Aberta promoverá no dia 27 de abril deste ano, Jantar Dançante em homenagem 
às Mães. A animação estará sob a responsabilidade de João Luiz Corrêa e Grupo Campeirismo. 
As mesas já estão à venda pelos fones: (49) 3622-4204 (secretaria do CTG), 9131-5112 (patrão
Emílio) e 9104-7680 (secretária do CTG).

INDUMENTÁRIA DA PRENDA
A mulher gaúcha, até 1750, usava o Tipoy, um vestido longo, de algodão, de dois panos costurados 
entre si, com duas aberturas para os braços e uma para o pescoço. Para apertar o tipoy,
 sobre a cintura era usado um cordão chamado chumbe. Após, entre outros trajes, a mulher 
usou o chiripá como saia. De 1820 a 1870, a mulher gaúcha usou vestido de seda ou veludo, 
botinhas fechadas, travessa nos cabelos, leque, meias brancas e xale. Era a influência européia. 
A mulher campesina usava uma saia e um casaquinho, meias, cabelos soltos ou trançados, 
sapatos fechados, e ao pescoço um pequeno triângulo de seda chamado Fichu. A partir de 1870,
 a mulher vestiu-se de forma variada, nas cidades, nas campanhas, sofrendo as influências dos 
povos aqui chegados. Com o surgimento do Movimento Tradicionalista Gaúcho, adotou-se o 
vestido de prenda. Era o ressurgimento dos modelos antigos que melhor caracterizavam 
a sobriedade e a beleza da mulher gaúcha. De chita, o vestido de prenda conserva a simplicidade 
da mulher gaúcha, sem afetar a beleza de um ser de padrões morais superiores. Vestido de chita, 
sapato simples e uma flor no cabelo, a prenda gaúcha é o mais original quadro de beleza, 
pintado pela natureza. Existem pesquisas mais aprofundadas da indumentária feminina 
quanto a cores e tipos dos tecidos dos vestidos usados pelas prendas mirins, juvenis, 
adultas e veteranas, quanto aos modelos e comprimentos dos vestidos, roupas de baixo, 
calçados e suas cores, enfeites e adornos para os cabelos, maquiagem, etc.

GAITA-PONTO E FOLE DE OITO BAIXOS
O acordeão diatônico (ao abrir o fole pressionando um botão, obtemos uma nota musical e, 
ao fechar o fole, teremos outra nota), com botões bissonoros (que produzem dois sons 
diferentes a depender do movimento do fole, ou unissonoros) foi amplamente difundido no Brasil,
 principalmente nas comunidades rurais, até meados do século passado, quando entra em 
declínio com a popularização dos modelos maiores. Diz-se que durante a década de 1950, 
período de ouro do acordeão no Brasil, funcionavam aproximadamente trinta e duas fábricas 
espalhadas nas regiões Sul e Sudeste. Adaptando-se às características culturais de 
cada região brasileira, o modelo de oito baixos com duas carreiras de botões na mão direita 
é o mais popular.
Conforme o pesquisador Leo Rugero: no sul do Brasil é conhecida como gaita-ponto, 
gaita de duas conversas ou cordeona de oito baixos. Já no nordeste, atende por fole de oito baixos, 
concertina, realejo, harmônico ou pé-de-bode. Na região Sudeste, sobretudo Minas Gerais, 
é popularmente conhecida como cabeça-de-égua. No Espírito Santo, pode ser chamada de bandona,
e no interior do Rio de Janeiro muitas vezes conhecida como testa de ferro ou concertina.
Por aí a fora pode carregar outros apelidos como botoneira, gaita de colher ou verduleira.
Enfim, tantas denominações diferentes para um mesmo instrumento. O acordeão diatônico no Brasil
 é mais conhecido por sanfona (Peres. 2009. P. 3). Esse mesmo pesquisador 
aponta que a chegada, ao sul do Brasil, da gaita-ponto ou gaita de voz trocada deve-se
principalmente aos italianos, que já a trouxeram bem desenvolvida (1875),
com duas carreiras de botões. Sua grande popularidade
 provocou o surgimento da indústria de acordeões nacional. Outra possibilidade indica a chegada 
do instrumento um pouco antes (1845), com imigrantes alemães. Com o desembarque dos brummer,
cerca de dois mil soldados alemães foram contratados para lutar contra o ditador argentino
Manoel Rozas. 
O uso da sanfona entre os militares torna-se comum naquela década. Terminada a guerra, 
muitos desses soldados teriam permanecido no país como gaiteiros (sanfoneiros), 
tocando suas polcas, valsas, mazurcas e schottisch em bailes, festas de casamento e batizados. 
(fonte revista Sonora Brasil sotaques do fole).

VANEIRA
Origina-se da habanera, que é um ritmo cubano de danças e canções, nome este dado 
em referência a esta capital Havana (La Habana). Seu compasso é binário, de moderado a lento,
ritmo que foi se popularizar no século XIX e foi muito utilizado por compositores franceses e
 espanhóis. No Brasil, influenciou não somente os ritmos do Rio Grande do Sul, mas também outros,
 como o samba-canção. No Rio Grande do Sul, a nossa vaneira adotou nomenclaturas diversas, 
como vaneirinha, vaneirão ou ainda limpa-banco. Dançada assim, com marcação 2 e 2 
(dois prá cá e dois prá lá), nos salões do Rio Grande do Sul, dançada puladinha (no que lembra
o passo do bugio) ou arrastada, esta marcação é feita em qualquer direção. O homem inicia com 
o pé esquerdo indo em diagonal; logo depois, o segundo passo é dado para frente, entre dois 
movimentos, o outro pé desloca-se levemente em um pequeno arrastar. Os pés partem de 
uma posição de postura inicial elegante, sendo que os primeiros passos são feitos como 
se quiséssemos formar um horário de dez para as duas.

Por Zeca Brizola (chasque@folhadooeste.com.br)

Seu Jandir - Rancheira na sanfona de oito baixos



Gravado em fevereiro de 2007 na casa de Seu Jandir, sanfoneiro do município de Prados, Minas Gerais. Além de bom instrumentista, também é afinador.

1 de mar. de 2012

Daltro Vieira

Olá ,


segue abaixo um e-mail enviado pelo gaiteiro Daltro Vieira, de Lages, Santa Catarina.




Salve amigo(a)s do nosso Brasil!

Gostaria de comunicar em primeira mão, aqui no Blog que: 

No mês de Março de 2012, estarei publicando alguns Vídeo Clipes com as músicas,
"Gringo na Ladeira"(Aut.: Daltro Vieira), "Como Uma Onda no Mar"(Aut.: Daltro Vieira)" e 
"A Dança dos Egos"(Aut.: Daltro Vieira e Eli Gonçalves). 

Esse material contém músicas instrumentais solo,  na Gaita Ponto. 
Em alguns clipes, também veremos ensaios, momentos de inspiração e criação desses temas.

Você encontrará tudo isso, no meu Canal Oficial, Youtube/DALTROVIEIRAOFICIAL.

Então, não percam! Assim que puder, assista e envie os vídeos aos seus amigos, amigas, 
familiares e simpatizantes da nossa querida "Sanfona de Botão"!

Aquele Abraço, 

 DALTRO VIEIRA.           Lages - S.C.