Espaço reservado para a divulgação de informações e estudos sobre a sanfona de 8 baixos no Brasil. The brazilian eight basses button accordion blog. fole de 8 baixos, gaita-ponto de 8 baixos, acordeón diatónico, accordéon diatonique, diatonic accordion, acordeon diatônico etc.
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31 de mar. de 2011
30 de mar. de 2011
Merengue en Altos de Chavón
Hoje resolvi dar um passeio um pouco mais distante, até a República Dominicana, país de colonização espanhola localizado no Caribe. O merengue típico é uma das maiores expressões musicais da República Dominicana. Assim como no forró, sua formação instrumental básica também é um trio, conforme podemos observar no vídeo acima: guiron (percussão de metal, responsável pela marcação, acordeon diatonico (nada mais que a sanfona de 8 baixos) e tambora (espécie de tambor).
O merengue chega ao Brasil através do disco "Na ginga do merengue" de Abdias, lançado em 1970.Torna - se gradativamente uma "febre", a ponto de Heleno dos 8 baixos observar que, nos anos 80, sanfoneiro que não tocasse merengue, "morreria de fome"...Mas, a febre passou, e, embora o merengue tenha influenciado sanfoneiros como Truvina, que mantém um repertório dedicado ao gênero, não foi integrado ao complexo de danças do forró. A maneira nordestina de tocar o merengue adquiriu recursos próprios, se diferenciando bastante da matriz original. Acima, um grupo de merengue de Altos de Chavón, tocando com muita técnica e vitalidade.
28 de mar. de 2011
O Último Tocador - Parte 02
Lembrando que Concertina, em Portugal, é a palavra equivalente à Sanfona no Brasil.Obrigado ao Bosiwaldo por ter compartilhado via youtube, este documentário muito bem realizado!
O Último Tocador - Parte 01
Hoje, abriremos uma exceção. Um trecho do documentário de Valbert Vago, "O último tocador", que focaliza a trajetória do descendente de italianos, Jepim Penitenti, último estertor da prática de concertina em São Roque do Canaã, Espírito Santo. A concertina possui elementos em comum com a sanfona de oito baixos, podendo ser considerada um parente próximo. A bi-sonoridade (ao abrir, uma nota e a fechar, outra)é a maior característica comum aos dois instrumentos. Porém, na concertina, os botões são dispostos lateralmente e o jogo de fole é diferenciado, já que o fole é movimentado para os dois lados. Em algumas regiões de Espirito Santo, este instrumento ainda é muito praticado, com repertório de danças, sobretudo entre descendentes de italianos.
26 de mar. de 2011
2 anos de "sanfona de oito baixos"!
Há exatos dois anos atrás, criei este blog, no intuito de preencher uma lacuna, constituindo um espaço de informações sobre o fole de oito baixos. Sendo minha pesquisa acadêmica voltada à expressão nordestina deste pequeno acordeão de botões, é notório que durante este tempo, houve maior concentração ao redor dos representantes do instrumento no estilo nordestino. Porém, também houve a tentativa de contemplar a gaita - ponto sulista, e a sanfona no contexto do calango mineiro. Neste país de referidas dimensões territoriais, isto não é tarefa das mais fáceis...
No último semestre, houve aumento considerável de procura por este blog, o que culminou nos últimos três meses, com estatística diária que ultrapassa nossas modestas espectativas iniciais. Isso forçou - me a estar mais atento a este espaço, rastreando matérias e buscando trazer novidades diárias. Temos recebido e - mails de amigos dos mais diferentes pontos do país. Comentários, sugestões, considerações, críticas. Isso tem sido interessante, e demonstra, que, de fato, há uma rede expressiva de pessoas que compartilham entre si algum tipo de envolvimento com a sanfona de oito baixos. Através deste espaço, tenho feito novas amizades com músicos, colecionadores, produtores ou, simplesmente cultuadores deste instrumento. Acredito, ingenuamente, que "a união faz a força" e também, que, "uma andorinha só não faz verão". E aí entra o papel decisivo dos colaboradores deste blog, pessoas como João Bento, José Lobo e Everaldo Santana, que somam suas experiências e informações pessoais com as nossas, ajudando em muito nosso trabalho, e fazendo com que não estejamos solitários nesta empreitada.
Minha relação com este instrumento começou há quatro anos atrás. Na ocasião, verifiquei que não havia informações técnicas sobre a sanfona de oito baixos brasileira em circulação na internet, e as referências literárias eram, em sua maioria, em língua estrangeira. Porém, encontrei abundante quantidade de sites especializados no instrumento, situados na Itália, Espanha, França, Uruguai, entre outros países. Não havia praticamente nenhuma referência sobre o estilo brasileiro, nossos intérpretes e repertórios. Este panorama praticamente desértico de informações e a pouca visibilidade da prática brasileira no cenário internacional, foi o que me conduziu a iniciar minha pesquisa sobre este instrumento.
Neste ínterim, ocorreram duas situações que propiciaram que este caminho fosse traçado. A primeira, foi o convite do consultor Fernando Ximenes, para que eu escrevesse um ensaio sobre o instrumento para a enciclopédia on - line "Músicos do Brasil". Tive um ano para fazer o levantamento de fontes e dados e escrever o que constituiu o primeiro levantamento sobre a prática profissional de sanfona de oito baixos no Brasil. Este trabalho, do qual tenho muito orgulho, tem sido muito plagiado na Internet, o que obrigou - me a entrar em contato com vários sites para que fosse creditada a referência, havendo até o caso extremo de um escritor que, tomando por empréstimo quinze parágrafos do referido ensaio, sequer citava a fonte na qual havia recolhido o texto. Porém, graças à denúncia de Fernando Ximenes e de Samuel Araújo, conseguimos reaver a autoria. A segunda coisa importante foi conhecer Zé Calixto, por intermédio de Zé do Gato, acordeonista e consertador de sanfonas da Feira de São Cristovão.
Zé Calixto foi fundamental para que eu pudesse ter a chave de acesso ao estilo nordestino da sanfona de oito baixos e também, conhecer uma expressiva rede de pesquisadores e músicos. Tornamo - nos grandes amigos e começei, então, a aprender a tocar a sanfona em "afinação transportada", tendo, como mestre, um representante privilegiado, sendo Calixto, uma referência histórica deste instrumento. Isto possibilitou que pudesse, no ano de 2008, empreender uma pesquisa mais aprofundada sobre a sanfona de oito baixos na região nordeste, através da pós - graduação da UFRJ - Universidade Federal do RIo de Janeiro, na área de Etnomusicologia, que neste momento, encontra - se em sua fase final.
Se falavamos em "extinção" desta prática em 2007, não é isso o que se observa hoje, tal a quantidade de praticantes do instrumento que tem se revelado em cada canto deste país. Também observamos nossa contribuição, ao lado do trabalho de outros pesquisadores, como Lêda Dias e Sulamita Vieira, possibilitando maior visibilidade a esta prática sonora, que encontra na tradição gaúcha e no estilo nordestino, vertentes peculiares diante do panorama internacional do instrumento.
É isso, vamos em frente!
No último semestre, houve aumento considerável de procura por este blog, o que culminou nos últimos três meses, com estatística diária que ultrapassa nossas modestas espectativas iniciais. Isso forçou - me a estar mais atento a este espaço, rastreando matérias e buscando trazer novidades diárias. Temos recebido e - mails de amigos dos mais diferentes pontos do país. Comentários, sugestões, considerações, críticas. Isso tem sido interessante, e demonstra, que, de fato, há uma rede expressiva de pessoas que compartilham entre si algum tipo de envolvimento com a sanfona de oito baixos. Através deste espaço, tenho feito novas amizades com músicos, colecionadores, produtores ou, simplesmente cultuadores deste instrumento. Acredito, ingenuamente, que "a união faz a força" e também, que, "uma andorinha só não faz verão". E aí entra o papel decisivo dos colaboradores deste blog, pessoas como João Bento, José Lobo e Everaldo Santana, que somam suas experiências e informações pessoais com as nossas, ajudando em muito nosso trabalho, e fazendo com que não estejamos solitários nesta empreitada.
Minha relação com este instrumento começou há quatro anos atrás. Na ocasião, verifiquei que não havia informações técnicas sobre a sanfona de oito baixos brasileira em circulação na internet, e as referências literárias eram, em sua maioria, em língua estrangeira. Porém, encontrei abundante quantidade de sites especializados no instrumento, situados na Itália, Espanha, França, Uruguai, entre outros países. Não havia praticamente nenhuma referência sobre o estilo brasileiro, nossos intérpretes e repertórios. Este panorama praticamente desértico de informações e a pouca visibilidade da prática brasileira no cenário internacional, foi o que me conduziu a iniciar minha pesquisa sobre este instrumento.
Neste ínterim, ocorreram duas situações que propiciaram que este caminho fosse traçado. A primeira, foi o convite do consultor Fernando Ximenes, para que eu escrevesse um ensaio sobre o instrumento para a enciclopédia on - line "Músicos do Brasil". Tive um ano para fazer o levantamento de fontes e dados e escrever o que constituiu o primeiro levantamento sobre a prática profissional de sanfona de oito baixos no Brasil. Este trabalho, do qual tenho muito orgulho, tem sido muito plagiado na Internet, o que obrigou - me a entrar em contato com vários sites para que fosse creditada a referência, havendo até o caso extremo de um escritor que, tomando por empréstimo quinze parágrafos do referido ensaio, sequer citava a fonte na qual havia recolhido o texto. Porém, graças à denúncia de Fernando Ximenes e de Samuel Araújo, conseguimos reaver a autoria. A segunda coisa importante foi conhecer Zé Calixto, por intermédio de Zé do Gato, acordeonista e consertador de sanfonas da Feira de São Cristovão.
Zé Calixto foi fundamental para que eu pudesse ter a chave de acesso ao estilo nordestino da sanfona de oito baixos e também, conhecer uma expressiva rede de pesquisadores e músicos. Tornamo - nos grandes amigos e começei, então, a aprender a tocar a sanfona em "afinação transportada", tendo, como mestre, um representante privilegiado, sendo Calixto, uma referência histórica deste instrumento. Isto possibilitou que pudesse, no ano de 2008, empreender uma pesquisa mais aprofundada sobre a sanfona de oito baixos na região nordeste, através da pós - graduação da UFRJ - Universidade Federal do RIo de Janeiro, na área de Etnomusicologia, que neste momento, encontra - se em sua fase final.
Se falavamos em "extinção" desta prática em 2007, não é isso o que se observa hoje, tal a quantidade de praticantes do instrumento que tem se revelado em cada canto deste país. Também observamos nossa contribuição, ao lado do trabalho de outros pesquisadores, como Lêda Dias e Sulamita Vieira, possibilitando maior visibilidade a esta prática sonora, que encontra na tradição gaúcha e no estilo nordestino, vertentes peculiares diante do panorama internacional do instrumento.
É isso, vamos em frente!
25 de mar. de 2011
fotos de Heleno dos 8 baixos
Navegando pela Internet, me deparei com o site "Olhares - Photografia Online", do fotógrafo Antonio Preggo, de Caruaru, Pernambuco, encontrando estas belas imagens do mestre Heleno dos 8 baixos. Embora morando em São Paulo,Heleno tem trabalhado mensalmente em Caruaru, na condição de professor da Escola de Sanfona de 8 baixos de Caruaru, idealizada por João Bento.
http://br.olhares.com/curvaseretas - Antonio Preggo
http://www.acessodesign.com/cliente/escolasanfona/site.html - Escola de sanfona de 8 baixos de Caruaru
http://br.olhares.com/curvaseretas - Antonio Preggo
http://www.acessodesign.com/cliente/escolasanfona/site.html - Escola de sanfona de 8 baixos de Caruaru
Heleno dos 8 baixos e Valdir Santos
24 de mar. de 2011
22 de mar. de 2011
Regulamento do Festival de Sanfona de Salgueiro, Pernambuco
Saiu o regulamento do terceiro festival de sanfona de Salgueiro, a ser realizado em abril. Para acessar, clique aqui http://www.salgueiro.pe.gov.br/noticias_2011/regulamento_do_3_festival_da_sanfona_2011.pdf
Um detalhe: O festival só aceita a candidatura de concorrentes do sertão nordestino.
Um detalhe: O festival só aceita a candidatura de concorrentes do sertão nordestino.
21 de mar. de 2011
Lageano se destaca no Festival Talento Brasil,
em Miami
Lages, 21/03/2011, Correio Lageano
O músico lageano Leandro Vieira, vive nos Estados Unidos desde 1995 foi um dos grandes destaques do “Talento Brasil”, temporada 2010/2011, realizado nos Estados Unidos desde o ano de 2008.
Vieira é membro da ordem dos músicos do Brasil e da Associação dos Acordeonistas Americanos (AAA) e se destacou com seu acordeon de oito baixos, ao tocar o “Hino Nacional Brasileiro” (na fase das eliminatórias) e uma de suas composições próprias “Amadrinhado por duas Pátrias” (fase final). “Depois da minha apresentação fui convidado a me apresentar no “Brazilian Day”, o maior evento da comunidade brasileira nos Estados Unidos”, explicou o instrumentista, satisfeito por ter sido considerado o melhor instrumentista e ter conquistado o segundo lugar na classificação geral na categoria adulto do “Talento Brasil”.
O festival foi assistido por cerca de 1.600 espectadores, em três eventos distintos. A etapa final contou com a participação de 70 artistas, vindos de diversos estados norte-americanos e do Canadá.
A primeira eliminatoria aconteceu no final de dezembro de 2010, em Atlanta , capital do estado da Georgia; e as finais ocorreram em Miami, na Florida, no Marco Polo Beach Resort.
19 de mar. de 2011
Chiquinha Gonzaga & Severino Januário
Em 1978, foi lançado pelo selo fonográfico "Nordeste", o disco, "Chiquinha Gonzaga & Severino Januário". Ao contrário do que possa imaginar, não é uma parceria entre os dois irmãos, mas, consiste em estratégia amplamente utilizada pelas companhias fonográficas dedicadas à música nordestina, isto é, a edição de discos em que cada lado corresponderia a um intérprete diferente. Neste caso, o lado A reúne canções de Chiquinha, e o lado B, temas instrumentais de Severino ao fole de oito baixos.
O resultado é um disco memorável, pela delicadeza das canções apresentadas por Chiquinha e o refinamento técnico de Severino, então, no auge da forma. Ainda em luto pela despedida da sanfoneira, esta postagem fica sendo a simples homenagem que podemos render à estas duas figuras emblemáticas da sanfona de oito baixos da região Nordeste do Brasil.
http://www.4shared.com/file/ZFetl59k/Chiquinha_Gonzaga__Severino_Ja.html
O resultado é um disco memorável, pela delicadeza das canções apresentadas por Chiquinha e o refinamento técnico de Severino, então, no auge da forma. Ainda em luto pela despedida da sanfoneira, esta postagem fica sendo a simples homenagem que podemos render à estas duas figuras emblemáticas da sanfona de oito baixos da região Nordeste do Brasil.
http://www.4shared.com/file/ZFetl59k/Chiquinha_Gonzaga__Severino_Ja.html
17 de mar. de 2011
" Foles em luto"
Como escreveu nesta manhã o músico Samuel Araújo, " os foles estão em luto". Na madrugada do dia 15 de março, partiu de nosso convívio, a cantora, compositora e sanfoneira Chiquinha Gonzaga.
Chiquinha, vítima de um atropelamento ocorrido em 2009, sofria de complicações agravadas por um tombo ocorrido no ano passado, o que teria lhe conduzido à um quadro de hifrocefalia. Há cerca de alguns meses convalescia em sua residência, em Santa Cruz da Serra, distrito do município de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. Ontem, ainda havia dúvidas se o velório e enterro ocorreriam no Rio de Janeiro ou se o corpo seria trasladado para Recife. Nesta manhã, recebi o telefonema de Enoque Lima, músico e amigo da família Gonzaga, confirmando que o corpo seria velado em Caxias, Rio de Janeiro.
Desci imediatamente a Serra de Petrópolis, e me encontrei com Enoque por volta de 10:30 hs na entrada do distrito de Santa Cruz da Serra. De lá, seguimos para a casa de Ana Lídia, sobrinha de Chiquinha Gonzaga, onde se concentraram familiares, vizinhos e amigos. Às 13h, um ônibus conduziu as pessoas ao velório, realizado no Cemitério do Anil, em Duque de Caxias.
Abaixo, algumas imagens do enterro de Francisca Januário dos Santos (1927 - 2011)
16 de mar. de 2011
Adeus, Chiquinha Gonzaga (1927 - 2011)
Francisca Januário (1927 - 2011) ficou para a posteridade com o nome artístico de Chiquinha Gonzaga. Homônima da maestrina carioca, Chiquinha Gonzaga era a irmã caçula de Luiz Gonzaga. Nascida no municipio de Exu, no sertão pernambucano, começou a se interessar pela sanfona de 8 baixos ainda menina, observando os dedos mágicos de seu pai, Januário. Porém, tocar fole de oito baixos, era visto como "coisa de homem", e Dona Santanna não olhava com bons olhos a admiração de Chiquinha pelo instrumento. Na letra do belíssimo forró autobiográfico "Minha Infância"(Chiquinha Gonzaga - Casemiro Vereda), está presente o relato de Chiquinha a respeito do desafio de uma mulher se tornar sanfoneira.
"Este forró, meu benzinho, traz recordação
de minha infância no Exu do meu sertão.
Meu pai tocava sanfona de oito baixos
também eu queria tocar, mamãe dizia que não,
agora eu toco e tenho fama no sertão"
Seu primeiro trabalho profissional foi ao lado de seu pai e de seus irmãos, quando foi criado o grupo "Os Sete Gonzagas", constituído por Januário e seus filhos. O grupo atuou com grande sucesso no ano de 1952, realizando apresentações inesquecíveis nas rádios Tamoio, Tupi e Nacional.. Porém, logo em seguida, Chiquinha se casou, afastando - se dos palcos.
Em 1955, a RCA - Victor gravaria dois discos de 78 rotações, com "Januário, seus filhos e seus oito baixos". Entre as músicas gravadas, estavam "P`ronde tu vái, Lui?", parceria de Luiz Gonzaga e Zé Dantas, onde os irmãos, Chiquinha e Luiz, cantavam num delicioso dueto em forma de chamada e resposta:
" - P`ronde tu vai, Luí?
- Eu vou pra casa dela.
- Fazer o que, luí?
- Eu vou carregar ela."
Apenas em 1973, por insistência do irmão Severino Januário, retornaria aos palcos. E consequentemente, começava a gravar seus primeiros trabalhos autorais, nos discos "Penerô Xerem", selo RS, com data de lançamento desconhecida, e o excelente disco "Chiquinha Gonzaga e Severino Januário", lançado pela gravadora Nordeste, em 1978.
Em 2002, à convite de Gilberto Gil, voltou a gravar, sentido - se reestimulada com os elogios do compositor baiano, que lhe disse: "Você foi a primeira mulher que tocou com ′isso' debaixo do braço, vai ter que tocar". O apoio do então Ministro da Cultura resultou na gravação do CD "P`ronde tu vai, Luiz?", e, em certo sentido, permitiu a redescoberta de Chiquinha.
Seu último trabalho gravado foi a produção independente "8 e 80", lançado em 2006,
Fica a saudade daqueles que admiravam esta artista, que, ao lado de seus irmãos, Luiz Gonzaga, Zé Gonzaga e Severino Januário, e de seu pai, Januário, constituiu o núcleo fundamental na consolidação da música popular nordestina, em especial, na vertente que se expressa pelos instrumentos da família dos foles, dos 8 aos 120 baixos...
Adeus, Chiquinha Gonzaga.
15 de mar. de 2011
Chiquinha Gonzaga
Morre Chiquinha Gonzaga, irmã de Luiz Gonzaga
Da Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR
09h12 - 15/03/2011
Faleceu esta madrugada a cantora e compositora Francisca Januária dos Santos, Chiquinha Gonzaga. Aos 85 anos, a última dos 10 irmãos de Luiz Gonzaga que ainda viva, lutava contra o Alzheimer. Moradora da cidade de Santa Cruz da Serra, no Rio de Janeiro, ela passou mal e foi socorrida para o hospital com quadro de pneumonia e infecção urinária, onde morreu por volta das 5h. O corpo deve ser trazido para o Recife.
A camtora dividia o nome artístico com a célebre pianista e compositora brasileira, trabalhava para manter viva a alma musical da família do maior compositor e representante da cultura nordestina. Com o irmão, ela aprendeu o baião e o xaxado. Aprendeu também que a fama não vem sem sacrifício pessoal, e que laços sanguíneos não significam, necessariamente, ajuda mútua. Ela teve que se virar sozinha para firmar o nome que carrega. A primeira mulher a tocar os oito baixos caiu nas graças de Gilberto Gil, que produziu o CD Pronde tu vai, Luiz? Ela deu continuidade à tradição familiar, principalmente do pai. "É preciso manter a tradição de meu pai Januário, o maior sanfoneiro que o Nordeste já teve", disse ela, que não deixou de cantar os versos que tanto gostava. "Luiz, respeita Januário/ Luiz, respeita Januário/ Luiz, tu pode ser famoso mas teu pai é mais tinhoso/ E com ele ninguém vai, Luiz/ Respeita os oito baixo do teu pai".
Confira trechos de uma entrevista dada porChiquinha ao Diario em 2009:
A infância em Exu
Nós éramos um povoado em uma cidadezinha muito pequena, pacata. Os nove filhos de Januário e Santana, todos nós, gostávamos muito das festas que tinha lá, no Natal ou em outras ocasiões, para nós era a maior riqueza. Meu pai já tocava nas festas, nós dançando. Tudo era festejado com forró. Aí a gente foi crescendo, Luiz foi para o meio do mundo e depois a gente. Mas hoje Exu tá do mesmo jeito, mudou um pouquinho só. A última vez em que estive lá foi em dezembro do ano passado. Eu gosto, chego lá e me dá recordação.
A partida de Luiz
Ele tinha uma namorada lá de Exu, e o pai da moça não aprovava o namoro. Quando ele recebeu uma surra dos meus pais, resolveu ir embora. E a gente ficou lá. Era estranho ter um a menos.
Saída de Exu
Em Exu tinha dois políticos grandes, que mandavam em tudo. Eu não sei direito a razão, mas meu pai se desentendeu com eles. Minha mãe mandou logo um telegrama para Luiz, que estava no Rio de Janeiro. Ele queria voltar para Exu dizendo que ia matar gente, era metido a valente. Um amigo o aconselhou a não fazer isso e mandar as passagens para que a gente fosse encontrar com ele.
A construção da carreira
Eu só fui subir no palco profissionalmente aos 41 anos. Mas desde pequena tocava aquela sanfoninha, escondida de todos. Quando chegamos ao Rio de Janeiro, Gonzaga montou um show com todos nós, ensaiamos durante um mês com o Dr. Roberto Teixeira. Mas eu era a que mais gostava de aparecer. Ficou muito bonito o show, que se chamava "Os sete Gonzagas". Naquela época foi um sucesso tão grande que quiseram que a gente continuasse por mais um ano. Só que Luiz disse que não, que ia ser só ele e que a gente se virasse. "Vão seguir a carreira de vocês." Aquilo me magoou muito.
Eu disse: "apois eu vou." Eu parei de me apresentar em 1951. Levei mais de uma década cuidando da família. Depois meu irmão Severino Januário me ajudou, me colocou em cima do palco, isso em 1973. Fui para São Paulo gravar meu primeiro vinil. Eu viajava de 15 em 15 dias para tocar forró em São Paulo.
Sucesso de Chiquinha e relação com Gonzaga
Depois que ele casou com Helena, ficou mais distante. A sogra dele falava: "Luiz, você não fique trabalhando com Chiquinha, não, que ela pode passar na sua frente". Ela tinha um ódio da gente tão grande. Como é que eu ia botar Gonzaga para trás? Ele era casado, mas a velha é que dirigia tudo.
Filhos de Gonzagão
Gonzaguinha nunca foi muito próximo da família. Mas Rosinha é que não chegava nem perto de nós. Ela teve um único filho que não deixava a gente pegar. É uma história triste, a dela. Não tenho mais contato com ela, ela é muito fechada. A família continua acontecendo sem ela.
Planos
Hoje em dia eu estou preguiçosa para tocar. Mas levei uma bronca do Gilberto Gil. Ele disse: "Você foi a primeira mulher que tocou com ′isso' debaixo do braço, vai ter que tocar". Ainda mais agora que os Gonzagas foram morrendo e a tradição não pode se perder. Aí agora a gente tá com esse show "O forró dos Gonzagas", onde participamos eu, Joquinha, Daniel e Sérgio.
Com informações do Diario de Pernambuco
14 de mar. de 2011
13 de mar. de 2011
VICE CAMPEÃO MIRIM ATÉ 8 BAIXOS FELIPE SOCIO FOGLIATTO O missioneiro de ...
Parece até que este guri já nasceu com a gaita - ponto na mão!
ROBERTO E SEUS 8 BAIXOS C/ PARTICIPAÇÃO ESPECIAL DE MOISÉS NO ACORDEON
GRUPO OS AMIGOS DO FORRÓ - 83 8888-1372
12 de mar. de 2011
Origens da sanfona
Uma das coisas mais difíceis na pesquisa que envolve a sanfona de oito baixos, é a obtenção de dados sobre os músicos das duas primeiras gerações de sanfoneiros: a geração de Januário, pai de Gonzaga, e a geração do próprio Gonzaga, da qual ainda sabemos pouco mais do que alguns nomes e breves relatos. Recentemente, o escritor piauiense Marcos Damasceno escreveu um livro "Julio Dias - 100 anos de forró". Nesta obra, há o resgate da história oral da familia Dias, através de cinco gerações de sanfoneiros. Julio Dias, o patriarca, cujo nome que dá título ao livro, natural do município de Dom Inocêncio, Piauí, que dista 645 Km de Teresina, capital do estado, viveu entre 1895 e 1965. O resgate da história oral conservada e transformada pela memória das gerações que é transcrito em palavras, vertidas através de um documento escrito, são de extrema importância. No caso de uma história ainda lacônica como a da sanfona de oito baixos na região nordeste,constituem importante veículo de conservação, divulgação e mudança da própria história, que, a cada passo, é contada através de novos dados recolhidos pelos sertões.
11 de mar. de 2011
10 de mar. de 2011
Leo Rugero e Gabe Pontes
Nesta fotografia, tirada em minha casa, a performance descontraída do autor deste blog, Leo Rugero, e do flautista e saxofonista Gabe Pontes atacando de Zabumba! Forrobodó de Carnaval, com direito a improvisos rolando soltos!!!
Orquestra Sinfônica Jovem CPM- Respeita Januario(Luiz Gonzaga e Humberto...
No especial Luiz Gonzaga de 2008,o encontro entre o maestro Clóvis Pereira, Orquestra do Conservatório de Pernambuco e do sanfoneiro Luizinho Calixto, interpretando "Respeita Januário", clássico de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira. Video postado por Junielson, no Youtube.
6 de mar. de 2011
Homenagem a José Lobo
Mensagem enviada pelo amigo José Lobo do Nascimento, de Juazeiro, Pernambuco.
- Eu fui homenageado pela Associaçcão Patativa do Assaré, porque eu toco as músicas dele: "Triste Partida", "Vaca Estrela e Boi Fubá".
Abaixo, o diploma:
- Eu fui homenageado pela Associaçcão Patativa do Assaré, porque eu toco as músicas dele: "Triste Partida", "Vaca Estrela e Boi Fubá".
Abaixo, o diploma:
5 de mar. de 2011
Rearmonização em acordeon de botão 8 baixos de Forró na Fazendinha
Video enviado por Wildvan Costa. Rearmonização de "Forró na Fazendinha", gravada originalmente por Gerson Filho, sob o pseudônimo de Baianinho da Sanfona, em 1971.Wildvan é natural de Salgueiro, Pernambuco. Frequentou as oficinas de Luizinho Calixto em Fortaleza.Como ele mesmo se apresenta, é professor do IFBA e músico amador. O que mais lhe atrai é tocar com inventividade e preocupação harmônica.Aficcionado do instrumento, também coleciona sanfonas antigas, como a que aparece no video, por ele reformada.
Heleno dos Oito Baixos
Outra fotografia enviada por João Bento. Cena de um ensaio na oficina de Heleno dos oito baixos. Da esquerda para a direita: Heleno, Valdir Silva, Vagner Santos e Ivison, jovem instrumentista da sanfona de oito baixos.
método de gaita - ponto
Muitas pessoas procuram este site no intuito de adquirir um método de sanfona de 8 baixos e/ ou gaita - ponto. Aos interessados na gaita - ponto em afinação diatônica (natural) e no estilo gaúcho, as publicações da Editora Canto Sul servem como referência às principais escalas, arpejos e repertório de melodias gaúchas do folclore e também de gaiteiros consagrados tal como o Tio Bilia.Boa referência para quem deseja aprender a notação musical e leitura no instrumento.
http://www.cantosul.com.br/gaita.htm
http://www.cantosul.com.br/gaita.htm
4 de mar. de 2011
2 de mar. de 2011
Toninho dos 8 Baixos
Toninho dos Oito baixos, sanfoneiro e restaurador de acordeons, trabalha em Belo Horizonte. Contato: toninhodos8baixos@bol.com.br