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24 de dez. de 2009

CAMPEÃ JUVENIL ATÉ 8 BAIXOS DO III FESTOARTE MARIANINHA Estranho Sentimento


Os festivais promovidos no sul do Brasil, seja pelos tradicionalistas ou pelos nativistas possuem, de fato, algo meritório. A prática da "gaita - ponto" - instrumento atualmente considerado em extinção, é estimulada pelos festivais, veículos não apenas de premiação, mas também, de veiculação e consagração de novas expressões.
O que particularmente me chamou a atenção em Mariane Francescon, é o seu approach interpretativo, com um sutil trabalho dinâmico, cheio de crescendos e diminuendos, o controle do fole, movimentos curtos e expandidos, e a preocupação especial com a sonoridade, menos o virtuosismo relacionado à andamento.
Bom trabalho!

JINGLE BELLS - LUIZINHO CALIXTO


Em tempo de comemorações natalinas, inevitável tentar escapar de Jingle Bells e de todo o repertório que acompanha os festejos natalinos. Neste caso, até que cai bem tentar esta versão de Jingle Bells por Luizinho Calixto.
Um bom natal à todos...

video postado originalmente por Fulô da maravilha, no youtube

Respostas - missa em homenagem à Luiz Gonzaga


Fico muito feliz, quando alguma pergunta lançada neste blog é respondida através da participação de leitores. Como o caso recente, em que o amigo José Lobo do Nascimento me escreveu, primeiramente agradecendo o comentário que eu havia tecido sobre um video do Youtube, em que aparece um sanfoneiro de 8 baixos que eu desconhecia, chamado Miguel Januário da Costa. Na ocasião( 19 de Outubro de 2009), escrevi o seguinte comentário: " Sempre me encanta descobrir um novo mestre da sanfona. E o youtube, enquanto canal de difusão de vídeos que independe, em certo sentido, de uma relação de atravessadores culturais, permite uma circulação mais ampla do que aquela imposta pelas antigas leis de restrição mercadológica. A cada dia que passa, surgem nomes restritos a estreita circulação local, aonde trafegam anonimamente. Este senhor Miguel Januário da Costa é um destes.Neste video, postado por José Lobo Januário, fiquei a indagar sobre o lugar - aonde foi gravado, os sanfoneiros - há momentos em que há 3 ou 4 deles, e em que circunstância - foi um encontro casual ou programado? Quais são ( e de quem são) as músicas que tocam.Enquanto não tenho as respostas, vou curtindo este forró...
Passado algum tempo, recebo uma resposta por e-mail, no dia 13 de Dezembro, de José Lobo do Nascimento, agradecendo ao comentário, e me fornecendo algumas informações, que transcrevo a seguir: obrigado pelo seu comentário sobre Miguel Januário da Costa e seu irmão, Joaquim Januário da Costa. Este video foi gravado por mim, em 02 de Agosto de 2009, na Calçada da Igreja Matriz de Juazeiro do Norte. è que neste dia, é a celebração da missa em homenagem à Luiz Gonzaga, onde se encontram muitos sanfoneiros da região. Mesmo havendo missa em todas as cidades vizinhas, os sanfoneiros se dividem, para fazer presença em várias cidades, no mesmo dia e na mesma hora: 19 hs.
Nós fazemos parte da familia Januário. Miguel e Joaquim chamam a atenção de muita gente, pois eles, tanto Miguel como Joaquim, tocam a sanfona dos 8 aos 120 baixos. Ambos são roceiros, e residem no Sitio Poço, vizinho à Vila Valença, no Sitio de Caririaçu, no estado do Ceará.


Não sei se propositalmente ou por coincidência, a resposta do amigo José Lobo, veio no dia de aniversário de Gonzaga, 13 de dezembro, e a relação daquele vídeo, sendo o relato visual de uma grande homenagem anual ao rei do Baião, me conduz, mais uma vez, a refletir na influência deste mestre na música nordestina do século XX. Todos os sanfoneiros nordestinos que já conheci - dos 8 aos 80 baixos, são unânimes em afirmar a influência decisiva de Gonzaga na afirmação de suas carreiras.
A própria sanfona de 8 baixos - objeto central deste blog, provavelmente não teria a expressão que tem, caso a música "respeita Januário" não houvesse se tornado um grande êxito no ano de 1952, relatando ao grande público a importância deste instrumento na prática musical interiorana, constituindo a "raíz" da musicalidade Gonzagueana, e possibilitando que sanfoneiros de 8 baixos como Gerson Filho, Severino Januário (irmão de Gonzaga), Abdias, Zé Calixto, Geraldo Correia e Arlindo, entre tantos outros nomes, se profisiionalizassem.
Outra questão que me ocorre, é a dimensão humana deste mestre generoso - pois um rei que se torna rei empunhando uma sanfona, e não uma espada, possui, de fato, algo especial. Me refiro aos inúmeros relatos da generosidade espalhada pelos sertões de Gonzaga, auxiliando sanfoneiros menos remediados a obter instrumentos melhores, e ajudando - os, muitas vezes, a construir suas carreiras profissionais. Entre estes, sem dúvida o caso mais relatado é o de Dominguinhos, pobre menino de Garanhuns, que tocava nas feiras com os seus familiares, que Gonzaga assistiu em frente ao hotel onde estava hospedado, prometendo - lhe, quando fosse ao Rio de Janeiro, que lhe daria uma sanfona. Algum tempo depois, eis que Dominguinhos foi, com seu pai, à casa de Luiz Gonzaga, que cumpriu a promessa... A história restante é conhecida, e é apenas uma entre muitas.
Mas, voltando aos sanfoneiros Miguel e Joaquim, escreverei futuramente mais detalhes sobre estes sanfoneiros, pois o amigo José Lobo, que por sinal é um eximio violonista, me forneceu raras gravações, com as quais pude verificar toda a capacidade e talento musical destes dois irmãos...o que constata, que há muitos sanfoneiros que ficaram circunscritos à localidades interioranas, distantes dos estúdios de gravação das grandes cidades. Mas estes também são peças fundamentais para contar - se a história.

15 de dez. de 2009

Hermeto Pascoal e a sanfona de 8 baixos

Olá amigos, abaixo transcrevo um texto que escrevi sobre a relação de Hermeto Pascoal com a sanfona, que foi publicado originalmente no blog forróemvinil.

*texto escrito pelo Léo Rugero.

Hermeto Pascoal nasceu em 22 de junho de 1936, no município de Lagoa da Canoa, que na época ainda era um distrito de Arapiraca, no estado de Alagoas. Filho de Pascoal José da Costa (Seu Pascoal) e Vergelina Eulália de Oliveira (Dona Divina).
Sobre a sua infância, o próprio Hermeto relata histórias muito curiosas. Suas lembranças denotam um menino que trazia consigo um dom especial, uma aguda sensibilidade para os sons. Assim, desde ferros, penicos, sons dos animais, das águas, o vento, as trovoadas, pessoas falando ao longe… para Hermeto, desde o início tudo era som. “Quando eu tinha sete para oito anos, meu avô (…) era ferreiro. Meu avô jogava fora os pedaços de ferro que sobravam. Eu pegava e escondia na dispensa da minha casa. Escondia para fazer som.”
Ou ainda, descrevendo outra faceta de seu avô: “Ele também consertava penicos. Quando ele consertava os penicos, eu batia para ver o som.”
Seu primeiro instrumento foi possivelmente uma flauta de mamona que ele mesmo construiu. Com a mesma curiosidade, tem a sua primeira instrução musical participando do folclore local, como os Reisados . Conta o próprio Hermeto, que auxiliava na confecção de fantasias.
Devido ao fato de ser Albino, era poupado do trabalho árduo de uma família de camponeses, no sol escaldante do agreste. Então, foi nos momentos de refúgio, aos meio-dias, à sombra das copas das árvores, ou na quietude do lar, que foi desenvolvendo sua musicalidade incomum.
A sanfona de 8 baixos foi uma herança que Hermeto, bem como seu irmão mais velho, José Neto, receberam do pai, Seu Pascoal. Quando ele se ausentava de casa, os dois meninos costumavam pegar escondida a sanfona que ficava guardada debaixo da cama no quarto de seus pais. Hermeto conta que, certa vez, seu pai chegou a casa e ouviu o som da Sanfona. Perguntou à esposa, Dona Divina, se o seu irmão que estava tocando. Ela, no entanto, respondeu que eram os meninos. Quem diria aqueles dois meninotes já estavam tocando mais que o velho Pascoal, afamado sanfoneiro das redondezas. Com isso, Hermeto, junto ao irmão Zé Neto, ganhou seu primeiro instrumento musical, uma Sanfona de 8 baixos.
Fora a música folclórica e os sons do ambiente em que vivia aliado à curiosidade de Hermeto em tirar som de todos os objetos possíveis, eis que surge uma nova influência muito marcante em sua formação musical: a música de Luiz Gonzaga, “O rei do baião”. Ao que parece, Gonzaga foi de influência avassaladora no Nordeste dos anos 40, não só do ponto-de-vista musical, bem como em relação à estima dos jovens prodigiosos do sertão, distante das rádios, que na época, eram o veículo obrigatório aos músicos que desejassem se profissionalizar. No entanto, o rádio nem mesmo havia chegado à Lagoa da Canoa.
“Na nossa época, o ídolo nosso era o Luiz Gonzaga. (…) os sanfoneiros (…) aprendiam as músicas (…) na cidade grande, em Arapiraca, em Maceió, e eles aprendiam um pedaço de cada música. Ninguém sabia uma música inteira, porque ninguém tinha vitrola. (…) Gramofone na feira, o cara levava um (…) e cobrava para rodar um disco de Luiz Gonzaga. Então, não dava tempo nem de decorar uma música toda.”
E aos poucos, o jovem Hermeto e seu irmão Zé Neto, são requisitados para tocar nos bailes populares (festas de pé-de-pau), casamentos, batizados, feiras, circuito obrigatório, escola dos tradicionais sanfoneiros nordestinos. “A festa de pé-de-pau é aquela festa feita ao ar livre que nós chamamos agora de pé-de-serra. (…) eles enfeitavam as árvores, mas na hora do baile mesmo, aí era pra dentro de uma casa.”
No repertório, canções folclóricas e músicas de Luiz Gonzaga, onde os dois meninos, Hermeto e Zé Neto, se revezavam entre a sanfona e o pandeiro. Animando estas festas, começava a carreira do gênio musical que anos mais tarde deixaria sua forte impressão digital registrada na música brasileira.
Mas Hermeto, que era conhecido na vizinhança por “Sinhô”, começava a chamar a atenção pela maneira peculiar como manejava a sua Sanfona de 8 baixos. E alguns comentavam com o seu Pascoal, pai de Hermeto: - ‘Seu Pascoal, não sei, sabe, o “Sinhô” é doido. (…) Ele ta tocando uma música, tá tão bonita, de repente ele faz um negócio lá que agente não entende. O Zé Neto toca mais simples…’A marca indelével de sua singularidade musical já começava a dar os seus primeiros sinais.
Desta época, Hermeto descreve um episódio no mínimo curioso. O menino Hermeto, com seus oito para nove anos, estava tocando sua sanfoninha de oito baixos na rua, e passou um homem, um desconhecido, que lhe pediu para tocar uma determinada música. Hermeto então respondeu: - Eu não sei não, seu moço. Não conheço essa música não! O moço então lhe disse: - Olha menino, eu só vou dar uma rodada. Quando eu voltar, se você não tocar a música, eu vou cortar o seu fole no meio. Hermeto, que como ele mesmo assume, “era um menino atrevido”, desafiou o desconhecido, dizendo: - Corta meu fole ao meio, corta que eu quero ver! Foi que o homem pegou a peixeira e atravessou o fole ao meio, deixando Hermeto com uma parte da sanfona em cada mão. Mais tarde, Seu Pascoal vendeu mais uma vaca para comprar uma sanfona com uma quantidade maior de baixos, por sugestão de um vizinho. Então, Zé Neto fez a longa travessia de Lagoa da Canoa à Maceió, para buscar a sanfona. Uma sanfona preta de 32 baixos. Com um mês já estávamos arrasando, tocando tudo que tinham direito, conta Hermeto.

De Lagoa da Canoa para o mundo
Mais tarde, já um adolescente, Hermeto muda-se para Recife, em Pernambuco, onde através do acordeonista Sivuca, ele e o irmão Zé Neto são contratados pela Rádio Tamandaré. No entanto, naquela altura, em 1955, Sivuca estava prestes a ir para o Rio de Janeiro tocar na Rádio Tupi, fazendo com o trio de albinos “O mudo pegando fogo” que seria formado por Hermeto, Zé Neto e Sivuca deixasse logo de existir. Deste modo, sendo Hermeto também um bom pandeirista, passou a ser sempre escalado para esta função na rádio, embora sempre tivesse esperanças de tocar a sanfona. Neste momento, Hermeto conhece Jackson do Pandeiro, que lhe dá um bom conselho: - ‘não toque pandeiro porque você nunca vai ser um pandeirista, e tem tudo para ser um grande sanfoneiro. Não fale nada, mas bote pé firme e não toque pandeiro.’ Em seguida, convocaram novamente para que Hermeto se apresentasse como o Sivuquinha do Pandeiro, ao que ele recusa com veemência. Resultado: 15 dias de suspensão para Hermeto e seu irmão, Zé Neto. Depois, Hermeto é transferido para uma sucursal em Caruaru e Zé Neto para Garanhuns.

Em Caruaru, Hermeto passa a dedicar-se quase exclusivamente ao acordeon, objetivando melhores trabalhos. No ano seguinte, eis que surge Sivuca em Caruaru, e foi tocar na rádio em que Hermeto trabalhava. No momento em que regia um conjunto numa apresentação, o acordeonista lhe desperta a curiosidade. Pergunta quem é o albino e lhe dizem que era um refugo da rádio da capital. Sivuca, que já era um músico respeitado e influente no Nordeste, promoveu um aumento de salário para Hermeto, convencendo os diretores da rádio que caso não aumentassem o ordenado do sanfoneiro albino, perderiam um ótimo músico. Dito e feito, batido o martelo, com o novo ordenado Hermeto pagou algumas dívidas e comprou um acordeon de boa qualidade.
Com este instrumento, participaria do disco “Batucando” com o Regional de Pernambuco do Pandeiro, em 1958, já no Rio de Janeiro. Logo em seguida, torna-se pianista da noite, acompanhando músicos como Fafá Lemos e através deste instrumento começa a consolidar a sua carreira.
Nos anos 70, Hermeto se consagra como um ícone da musica instrumental brasileira, combinando de forma singular a tradição de estilos musicais como o forró, o choro e a bossa-nova com improvisação jazzística e ousado experimentalismo, num rico caldeirão onde há espaço para todos os sons que povoam o rico universo de sua existência.

Sanfona de 8 baixos
Somente no final da década de 90, em seu álbum “Eu e eles”, que Hermeto gravaria seu primeiro solo de sanfona de 8 baixos, com a gravação de “Vai um chimarrão, tchê?”, bela homenagem ao gaiteiro gaúcho Renato Borguetti. A sanfona então ressurge no trabalho de Hermeto, tanto em gravações como nas apresentações ao vivo. No álbum, “Rapadura e chimarrão” gravado ao lado da esposa, a cantora Aline Morena, Hermeto repete a dose, só que de maneira mais generosa, e registra diversas músicas com a sanfona.

Baile Sanfonado, é um estudo de independência rítmica entre as duas mãos. Enquanto a mão esquerda executa um baixo obstinado, a mão direita desliza livremente sobre os botões. Garrote é uma composição originalmente gravada no disco ‘Festa dos Deuses’, e nesta adaptação de Hermeto, ganha vivacidade em andamento, rápida como um raio, escrita no compasso de sete tempos, incomum na prática musical brasileira. Em Baile de candieiro, Hermeto visita o ritmo ternário da rancheira de Albino Manique e Sérgio Napp, ao estilo da gaita-ponto gaúcha, transgredindo fronteiras territoriais.
Nas suas apresentações ao vivo, Hermeto tem se utilizado deste repertório notável, além de peças ainda não registradas em estúdio como ‘Forrozão dos 8 baixos’, um autêntico forró instrumental, com frases construídas em grupos de semicolcheias, que não difere em clima e agilidade dos forrós clássicos de mestres da sanfona de 8 baixos como Gerson Filho, Abdias e Zé Calixto.
Embora ainda seja uma obra pequena que tenha sido registrada, já deixa provas da contribuição do “bruxo” à Sanfona de 8 baixos no cenário internacional, apresentando variados recursos expressivos, e conciliando a tradição musical nordestina do fole de 8 baixos com a idiossincrática inventividade que sempre caracterizou o trabalho de Hermeto Pascoal.

DONA GRACINHA E SUA SANFONA NO CAFÉ DA RUA 8 DA ASA NORTE DE BRASÍLIA-DF- BRASIL

O cenário da sanfona de 8 baixos se consolidou como eminentemente masculino. Exceção à regra, Chiquinha Gonzaga, irmã de Gonzagão, que, ainda assim, não assumiu a carreira de solista, desenvolvendo - se mais como intérprete e cantora. Em 1979, o selo Esquema, lançou um álbum intitulado "Elza Maria - a princesinha dos 8 baixos", mas, ao que parece, e não estou completamente certo disso, Elza Maria era apenas um nome de fantasia, como era muito comum na época: as gravadoras registravam o trabalho de um determinado sanfoneiro, e este assinava um contrato de liberação de direitos autorais, recebendo apenas o cachê de gravação. Muitos sanfoneiros se submeteram a este "esquema"...
O que me chamou a atenção neste vídeo não foi tanto a interpretação musical em si, mas o fato, que há uma sanfona de 8 baixos bem tocada, costurando a música, com trechos melódicos e acordes e tocada por uma senhora - Dona Gracinha. Uma rara solista de 8 baixos!

12 de dez. de 2009

Encontro de sanfoneiros de 8 baixos em São Miguel Paulista

http://www.fundacaotidesetubal.org.br/ftas/site.php?mdl=noticias&op=lernoticias&id=179

Transcrevo abaixo, uma matéria não assinada, que consta no site da Fundação Tide Setúbal. Vale a pena ler, pois se refere à pratica de 8 baixos em São Miguel Paulista - SP.

28/10/2009
Encontro homenageia sanfoneiros de 8 baixos de São Miguel Paulista
Promover o conhecimento e reconhecer os sanfoneiros de 8 baixos como expressão artística e cultural em São Miguel Paulista. Esse foi o objetivo do 2º Encontro de Sanfoneiros, realizado no Galpão de Cultura e Cidadania pela Fundação Tide Setubal em parceria com a Associação Amigos do Jardim Lapenna.
Segundo Tião Soares, coordenador de cultura da Fundação Tide Setubal, “São Miguel é um dos poucos lugares onde esta manifestação ainda resiste. Tocar sanfona de 8 baixos é uma modalidade rara, pois apenas autodidatas tocam esse tipo de instrumento”.
Uma das ações para mostrar à comunidade como a sanfona é um instrumento fundamental para a cultura popular do país foi a exibição do documentário O Milagre de Sta. Luzia, uma viagem pelo Brasil que toca sanfona, do diretor e cineasta Sérgio Roizenblit. Estrelado por Domiguinhos, o filme é uma viagem de norte a sul, contando as histórias e influências de diversos sanfoneiros.
Entre os espectadores, estava Salviano Rolim, um paraibano que está em São Paulo desde 1986 e tem como uma de suas paixões o forró. “Foi magnífico assistir este documentário, uma volta às origens, pois nasci naquele lugar...eu viajei, me emocionei, não tenho palavras”, contou ele ao final da exibição.
Outro ponto alto do evento foi a apresentação dos artistas da sanfona. Participaram do encontro, Diva do 8 baixos, Pé Duro dos 8 baixos, Willian dos 8 baixos, Raimundo dos 8 baixos, Teotônio dos 8 baixos, Gil Sanfoneiro, Grupo Virada Paulista, Sacha Arcanjo e a Orquestra Sanfônica de São Paulo. “Para mim é muito importante tocar sanfona e alegrar o público. Eu nunca aprendi a dançar forró, mas fico orgulhoso por fazer outras pessoas dançarem”, confessou Gilvanildo Severino da Silva, também conhecido como Gil Sanfoneiro.
Além de animar os presentes, o forró os ajudou a matar a saudade da terra natal. “O forró representa o nordeste, eu nunca esqueci e nunca perderei o gosto por essa cultura”, disse Paulo Nonato Honório, piauiense e morador do Jardim Lapenna, enquanto acompanhava o som da sanfona.
No cardápio
As comidas típicas do Nordeste também fizeram parte da programação. No cardápio variado bolinho de mandioca com carne seca, tapioca, cocada, bolo de aipim, baião de dois, entre outras especialidades.
A noite de calor também foi um momento de alegria para as alunas da Oficina Escola de Culinária Jardim Lapenna. “Eu e minhas colegas de curso estamos muito felizes com os resultados de hoje e não pretendemos parar por aqui. Essa foi a nossa primeira experiência, mas esperamos participar de outros eventos, pois nós somos capazes e temos muita garra, somos unidas, somos uma nova família”, discursa Sônia Maria Aparecida de Souza, uma das alunas da oficina.
Saiba mais sobre a Oficina Escola de Culinária
Além da barraca organizada pela Oficina Escola de Culinária Jardim Lapenna, os convidados também puderam apreciar os deliciosos pratos das barracas organizadas pela Associação Amigos do Jardim Lapenna.
(Fotos: Verônica Manevy)

fonte:

Hoje, às 22 hs, no Centro de tradições nordestinas - Feira de São Cristovão, apresentação de Zé Calixto e banda, em comemoração à mais um ano do nascimento de Luiz Gonzaga.

10 de dez. de 2009

6 de dez. de 2009

Luizinho Calixto na Miranda Moveis


Postado originalmente no Youtube por Moacordeon. Luizinho interpretando "Baião da Serra Grande" do gaitista Fred Williams. Esta música também foi gravada por Luizinho em seu último álbum solo, "A discoteca do Calixto", lançado em 2008.